O Ceará ainda apresenta um cenário em que o número de famílias beneficiárias do Bolsa Família supera o de trabalhadores formais, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), mesmo com a geração de novos empregos no estado. Até agosto de 2024, essa situação também era observada em 12 das 27 unidades da federação.
No Ceará, há 1.460.164 beneficiários do Bolsa Família, enquanto o número de empregos com carteira assinada é um pouco menor, totalizando 1.397.513.
Além do Ceará, outros estados do Norte e Nordeste apresentam desequilíbrio semelhante. No Maranhão, há 1,8 família beneficiária do Bolsa Família para cada emprego formal (1.233.767 beneficiários para 666.909 empregos). No Piauí, essa relação é de 1,6 (590.373 beneficiários para 368.971 empregos), enquanto na Paraíba é de 1,3 (667.654 para 515.634). Pará (1.346.626 para 1.002.231), Amapá (123.177 para 97.907), Alagoas (533.449 para 454.659) e Acre (132.564 para 111.768) também registram uma proporção de 1,2 a 1,3 famílias por trabalhador formal.
Outros estados com proporção próxima à igualdade incluem Sergipe, com 1,1 família por emprego (378.895 beneficiários para 344.409 empregos); Bahia, também com 1,1 (2.469.268 para 2.184.274); Amazonas, na mesma faixa (645.503 para 562.001); e Pernambuco, onde o número de famílias beneficiárias se iguala praticamente ao de trabalhadores com carteira assinada (1.580.478 para 1.526.753).
Antes da pandemia de Covid-19, apenas oito estados brasileiros registravam mais beneficiários do Bolsa Família do que trabalhadores formais. Essa realidade mudou com a crise sanitária, elevando esse número para 13 em 2022. Em 2024, são 12 unidades da federação nessa condição, após a reversão do cenário no Rio Grande do Norte.
Em todo o país, 21,7 milhões de famílias são atendidas pelo programa social. Esse número tem diminuído devido a cortes por indícios de irregularidades, cerca de 1,1 milhão de beneficiários foram excluídos desde janeiro de 2023.
No mercado de trabalho, o Brasil criou 1,48 milhão de novos postos formais em 2023, o que ajuda a reduzir a distância entre o número de famílias que dependem do Bolsa Família e aquelas com vínculo empregatício formal.
Nenhum comentário: