Família e amigos do guarda municipal José Gonçalves Fonseca, morto envenenado com 'chumbinho' no ano de 2017, seguem em busca de ver a 'Justiça se cumprir'. Há um mês, o acusado pelo crime, o advogado Victor Henrique da Silva Ferreira Gomes, foi condenado a 26 anos de prisão e com determinação de prisão imediata. Desde então, Victor está na condição de foragido.
Victor sequer compareceu ao Fórum Clóvis Beviláqua, em Fortaleza, no dia do julgamento. Na época, a defesa apresentou como justificativa do não comparecimento a informação de que o réu estava se submetendo a um tratamento médico.
"Como ele não compareceu ao seu próprio julgamento, não teve como ser preso ainda no salão do Júri antes da sentença e, até agora, mesmo com mandado expedido e remetido à delegacia de capturas para cumprimento, continua foragido apesar das tentativas já empreendidas para sua prisão. Esse homem frio, calculista e perigoso enganou a vítima, abusou da confiança de um cliente para matá-lo covardemente. Agora, tenta também enganar a Justiça", disse a família do guarda municipal.
"Nós, familiares, clamamos por ajuda. Se alguém vir esse criminoso frio e calculista, denuncie imediatamente às autoridades. Não importa onde: em qualquer lugar do Brasil, sua prisão é urgente e necessária. Confiamos que a Justiça será cumprida. E que em breve, após quase oito anos, esse assassino finalmente será preso e começará a pagar por tudo o que fez"Família de José Gonçalves Fonseca
Apesar da condenação, o advogado segue com situação regular no Cadastro Nacional dos Advogados (CNA), ainda podendo exercer a função. A reportagem questionou a Ordem dos Advogados (OAB) Secção Ceará sobre punição administrativa, que por nota disse "já foi aberto um procedimento interno de verificação de conduta ética-disciplinar, além de outras providências. Por força da Lei nº 8.906/94 (Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil), no §2º do art. 72º, o andamento dos processos disciplinares no Tribunal de Ética e Disciplina (TED) é sigiloso, só tendo acesso às suas informações as partes, seus defensores e a autoridade judiciária competente"
JULGAMENTO FOI REMARCADO VÁRIAS VEZES
O júri de Victor chegou a ser marcado e adiado pelo menos seis vezes. A sessão que resultou na condenação começou no dia 8 de maio de 2025 e terminou já no fim da noite do dia seguinte.
Após os debates orais entre acusação e defesa, o Conselho de Sentença da 3ª Vara do Júri da Comarca de Fortaleza acolheu a denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE) e considerou Victor Henrique culpado pelos crimes de homicídio qualificado, apropriação indébita e ocultação de cadáver.
Além da pena privativa de liberdade, ele deverá restituir o valor de R$ 265 mil (acrescido de correção monetária), apropriado de forma indevida. Também foi condenado ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 13.500 à família da vítima.
(*) Matéria comleta no Diário do Nordeste
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