O garçom Antônio Carlos Sousa Pereira deve sentar no banco dos réus no próximo dia 16 de outubro, menos de um ano após o crime, e ser julgado por um conselho de sentença formado por sete populares. Antônio é acusado de assassinar Bruna Gonçalves, de 30 anos, após eles divergirem acerca do preço de um programa.
O Ministério Público do Ceará aponta que o denunciado cometeu feminicídio não íntimo. Atualmente, Antônio está preso na Unidade Prisional Itaitinga V e deve ser levado ao Fórum Clóvis Beviláqua para ser julgado a partir das 9h.
Em fevereiro deste ano, o acusado foi pronunciado (ou seja, a Justiça decidiu que ele seja levado ao Tribunal do Júri). A defesa dele chegou a recorrer da sentença, que foi mantida. Os atuais advogados do garçom não foram localizados pela reportagem.
De acordo com a pronúncia, a Justiça ficou "convencida da existência do crime e dos indícios suficientes"
DISCUSSÃO ENTRE VÍTIMA E ACUSADO
Bruna e Carlos divergiram sobre o preço do programa. Segundo o suspeito, a jovem cobrava um valor de R$ 350 no site. Porém, depois do programa, ela teria cobrado R$ 400, o que deu início a uma discussão entre eles.
Segundo a acusação, o "modo de operação do crime de feminicídio praticado, em tese, pelo requerente, em que utilizando de uma faca desferiu dezenas de golpes contra a vítima, 'garota de programa', ao que tudo indica, motivado em razão da divergência sobre valor constante no site de acompanhantes e o cobrado pela vítima, violência desproporcional, a demonstrar sua periculosidade social e a necessidade de se acautelar a ordem pública".
O MP denunciou o garçom no dia 13 de novembro de 2024, e a acusação foi recebida por meio da juíza da 5ª Vara do Júri de Fortaleza, no mesmo dia.
Sobre a tipificação do crime, o Ministério Público explicou que é porque o acusado e a vítima não se conheciam e não tinham relação íntima, tratando assim de um "feminicídio não íntimo", porque a vítima ainda foi morta em decorrência de ser mulher.
MORTA A FACADAS
Bruna Gonçalves foi assassinada a golpes de faca em um imóvel, em uma vila de casas, no bairro Mucuripe, na manhã do dia 26 de outubro de 2024. Moradores ouviram os gritos da vítima e acionaram a Polícia Militar do Ceará (PMCE).
Os policiais militares já encontraram a mulher morta, enquanto o suspeito tentava fugir. Antônio Carlos tinha sangue nos braços, no rosto e na roupa, quando foi detido pelos PMs no quintal de outra casa. "Fui eu", assumiu o suspeito, ao se entregar.
Antônio Carlos disse em depoimento que "agiu por impulso e medo" para pegar uma faca e esfaquear a mulher várias vezes.
Anteriormente, a defesa sustentou que réu e vítima usaram cocaína na data do crime, que o garçom "ficou possuído e não tiveram nenhuma relação sexual por divergência nos valores cobrados pela jovem".
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