Atuação de facções na corrida eleitoral no Ceará é alvo de investigações da PF


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O assassinato de dois membros da “sintonia fina” da facção Primeiro Comando da Capital (PCC) no Ceará, em fevereiro de 2018, abriu um leque de investigações no âmbito da Polícia estadual e da Polícia Federal sobre a atuação intensa de facções criminosas no estado. O enriquecimento ilícito e o envolvimento de criminosos com a política local são objetos de apuração pela PF. Ao menos, 40 municípios cearenses estão na “mira” dos investigadores em razão de fortes indícios do envolvimento de políticos com o crime organizado. Esse poder paralelo pode influenciar diretamente o resultado nas urnas na próxima eleição.
Ao contrário do Rio de Janeiro, onde são as milícias que dominam 12 por cento das áreas de votação na Cidade Maravilhosa, no Ceará o poder das facções criminosas está diluído em bairros, favelas e comunidades da Capital e já se espalhou pela Região Metropolitana e interior. Com a prisão de seus principais líderes e o isolamento deles em penitenciárias federais de segurança máxima em outros estados (como São Paulo, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Norte), a facção local Guardiões do Estado (GDE), braço armado do PCC no Ceará, vem perdendo força e seus territórios “engolidos” pelo Comando Vermelho (CV).


A recente autorização dada pelo ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sérgio Moro, para a vinda de um novo reforço ao Ceará da Força Nacional de Segurança (FNS), não foi à toa. Ao contrário do que aconteceu nas duas últimas vezes que a FNS foi mandada para Fortaleza (para combater os atentados), desta vez, o contingente vem silente e com a missão específica de auxiliar a Polícia Federal (PF) nas operações de combate ao crime organizado no território cearense. A tropa chegará discretamente, sem alarme nem desfile de viaturas e homens fardados com fuzis. Vai atuar por 180 dias (seis meses) investigando os “braços” das facções em vários Municípios e seus tentáculos na corrida eleitoral que se avizinha.
Confisco milionário
Em cidades da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) a investigação da PF prossegue a pleno vapor, com a identificação de cada grupo criminoso, seus líderes e “soldados”, o poder de fogo e a “lavagem” de dinheiro que acoberta o enriquecimento ilícito e se entranha no Poder Público e na política. Essa investigação levou a PF a confiscar no passado, cerca de R$ 24 milhões em poder do crime organizado no Ceará, valor superior aos R$ 18 milhões confiscados em 2018. O dinheiro aparece desde a aquisição de bens (carros de luxo, embarcações e aeronaves) a imóveis e dinheiro em contas bancárias judicialmente bloqueadas e seus ativos seqüestrados.
CN7

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