Cagece prevê investimento recorde de R$ 600 milhões em 2021

No ano passado, a Cagece
investiu R$ 256,7 milhões,
principalmente em obras
(Foto: Divulgação
)
A Companhia de Água e Esgoto do Estado do Ceará (Cagece) projeta um ano de 2021 histórico: além de celebrar o seu cinquentenário de existência, a ser completado no próximo dia 20 de julho, a empresa prevê investimentos da ordem de R$ 600 milhões. O aporte, que já foi contratado junto ao Banco do Nordeste (BNB) e à Caixa Econômica Federal (CEF), serão alocados principalmente na melhoria das operações, da ampliação e aprimoramento da rede de abastecimento do Estado.

Além disso, estão previstos investimentos em projetos específicos: Projeto Malha D’água, Matriz Energética (por meio da geração de energia através de planta solar), Procedimento de Manifestação de Interesse para elaboração de estudos de viabilidade, projetos e estudos técnicos destinados ao projeto de aproveitamento de áreas do canal adutor Castanhão e a intensificação da presença no Mercado Livre de Energia (com as Unidades Consumidoras das Estações de tratamento – ETA Gavião e ETA Oeste).

“A Cagece tem perseguido um processo efetivo de planejamento de investimentos de curto, médio e longo prazos, que considere as necessidades das unidades de negócio e busque atender as metas previstas nos planos municipais de saneamento básico, mas, sempre com o foco principal na universalização da prestação dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário”, declarou a direção da Cagece, por meio do seu Relatório de Administração, publicado no último dia 16 de abril, no Diário Oficial do Estado (DOE).

Saneamento

Para o economista Lauro Chaves Neto, professor da Universidade Estadual do Ceará (Uece) e PhD em Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, o fortalecimento da Cagece é fundamental para toda a cadeia produtiva do Ceará, principalmente, em tempos de pandemia. “O saneamento básico é o maior investimento em saúde pública que pode ser feito. Por isso, a Cagece é um verdadeiro patrimônio do Estado, com um papel relevante no desenvolvimento local. Diante disso, o crescimento da Cagece, a capitalização da empresa e o Marco Regulatório do Saneamento Básico são medidas que caminham juntas para alavancar os recursos necessários para universalização do saneamento”, analisa.

A Cagece informou, no Relatório de Administração, que tem garantida a estabilidade em suas receitas por meio dos contratos de concessão nos munícipios em que atua, com prazos de 20 a 36 anos. Nos últimos dois anos, foram renovados 46 contratos, com vencimentos entre 25 a 34 anos, equivalente a 85,83% das receitas operacionais.

“A cadeia produtiva da água é uma das mais importantes, para um Estado localizado no semiárido brasileiro. Se colocarmos juntas, a cadeia produtiva da água e a do saneamento, elas têm uma sinergia muito grande e vamos ter um dos principais eixos para fundamentar o desenvolvimento sustentável do Ceará”, observa Lauro Chaves Neto.

Balanço anual


O ano de 2020 foi positivo para a Cagece. No ano passado, o valor total de investimento foi R$ 256,7 milhões, principalmente em obras de implantação, ampliação e melhorias de sistemas de água e esgotamento sanitário. A companhia – que ficou em terceiro lugar no Setor Serviços Públicos, pelo anuário As Melhores da Dinheiro 2020 da Revista Isto É – atingiu uma receita bruta de R$ 1,59 bilhão, um crescimento de 3,5% em relação a 2019. Já a receita líquida foi de R$ 1,45 bilhão, 3,9% superior à obtida no ano anterior. O Ebitda atingiu R$ 367,6 milhões (com margem Ebitda de 25,3%) e lucro líquido de R$ 134,6 milhões (com margem líquida de 9,3%).

A Cagece encerrou 2020 com 5.499 colaboradores, atendendo a 5,6 milhões de habitantes: são 1.925.311 clientes reais de água, sendo 1.816.052 residenciais; e 739.396 clientes reais de esgoto, com 683.848 residenciais.
Usina de dessalinização é estratégica para fortalecer o abastecimento

Entre os projetos estratégicos da Cagece, está a participação na usina de dessalinização de água, a ser construída em Fortaleza. O processo licitatório foi finalizado em 2020, tendo como vencedor o consórcio Águas de Fortaleza, liderado pela empresa Marquise, com a participação da empresa PB Construções e a espanhola Anbegoa Água. De acordo com o Relatório de Administração da Cagece, esse projeto permitirá “a diversificação das fontes de água, reduzindo a dependência dos reservatórios, e, consequentemente, da ocorrência de bons períodos de chuva”, e “deverá ser implementada em paralelo com todas as outras iniciativas já contempladas nos planos de segurança hídrica do Estado”.

Com esse projeto, a Cagece espera que aumente a garantia hídrica e a diversificação das fontes de água de abastecimento da Região Metropolitana de Fortaleza, “dando melhores condições à Companhia de enfrentar a atual crise hídrica e futuras estiagens”.

“A dessalinização é uma alternativa viável para melhorar o suprimento hídrico do nosso Estado. Nós temos uma vasta costa, que pode abastecer, com a dessalinização, grande parte das áreas urbanas no litoral, bem como suas atividades empresariais. E isso diversifica a matriz de oferta da água, e quando isso ocorre, fica reduzido o risco de desabastecimento”, projeta o economista Lauro Chaves Neto.

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