Soldados israelenses abriram fogo contra uma multidão de civis que aguardava a chegada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, neste domingo (20/7), de acordo com o Ministério da Saúde local. A pasta também informou que ao menos 73 palestinos morreram e cerca de 150 ficaram feridos durante o episódio, que ocorreu em diferentes pontos do território sitiado, especialmente no norte.
As informações sobre o número de mortos divergem. De acordo com a Agência France-Press (AFP), que conta com correspondentes no local do conflito, a Defesa Civil da Faixa de Gaza informou que 57 palestinos foram mortos e dezenas ficaram feridos por "disparos israelenses". Já o porta-voz da organização de primeiros socorros, Mahmoud Bassal, disse à AFP que 44 pessoas foram mortas próximo ao centro de distribuição de ajuda humanitária, no norte do território palestino.
Segundo testemunhas, as tropas dispararam sem qualquer aviso prévio, atingindo diretamente civis que esperavam por caminhões com alimentos e outros insumos básicos. Em nota enviada a AFP, o Exército de Israel reconheceu os disparos, mas afirmou que se tratavam de “tiros de advertência” para conter o que classificou como “ameaça imediata” — sem detalhar a natureza dessa ameaça.
As forças israelenses também contestaram os números divulgados por autoridades palestinas, alegando que os dados foram inflacionados.
O episódio remete a um massacre ocorrido em fevereiro de 2024 na Faixa de Gaza, conhecido como o “massacre da farinha”, quando mais de 100 pessoas morreram e centenas ficaram feridas em uma situação semelhante, também em um ponto de distribuição de alimentos.
A tragédia deste domingo ocorre em um momento em que a crise humanitária se agrava em Gaza. O bloqueio imposto por Israel dificulta a entrada de mantimentos e medicamentos, e ao menos 86 pessoas já morreram de fome ou desnutrição nos últimos meses, segundo dados do Ministério da Saúde local.
*Com informações da Agência France-Press
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