Chegaram às farmácias, nesta segunda-feira (4/8), os medicamentos Olire e Lirux, primeiras canetas emagrecedoras de produção nacional, desenvolvidas pelo laboratório EMS. Os fármacos que têm a liraglutida como princípio ativo, destinados a tratamentos de obesidade e diabetes tipo 2, podem ser pelo menos R$ 500 mais baratos que os similares estrangeiros, como Ozempic e Wegovy, à base de semaglutida.
Os preços sugeridos pela fabricante vão de R$ 307,26, para uma caneta, independentemente do medicamento, a R$ 760,61, para três canetas do Olire, que promete combater obesidade e sobrepeso. Para o Lirux, destinado ao enfrentamento do diabetes, a embalagem com duas canetas custa R$ 507,07. Sobre esses valores, a companhia farmacêutica disponibiliza descontos de até 10% a clientes cadastrados.
A produção brasileira foi possível após a queda das patentes, no ano passado, dos medicamentos dinamarqueses Victoza e Saxenda, que têm por base o mesmo princípio ativo.
O objetivo da EMS era que os produtos nacionais fossem comercializados por preços 10% a 20% mais baixos que os medicamentos de referência. De acordo com o Estadão, porém, as canetas dinamarquesas estavam sendo vendidas, na última sexta-feira (1º/8), com descontos de mais de 30% em sites de drogarias.
Olire e Lirux estão disponíveis, a partir desta segunda, em lojas físicas das redes Raia, Drogasil, Drogaria São Paulo e Drogarias Pacheco nas regiões sul e sudeste do país, de acordo com a fabricante. Às demais localidades, os medicamentos devem chegar ao longo das próximas semanas, e, até o fim deste ano, 250 mil unidades deles devem estar disponíveis para compra em território nacional.
Como funciona
A liraglutida, princípio ativo das canetas injetáveis Olire e Lirux, limita a ação do hormônio GLP-1, que age sobre áreas do cérebro responsáveis por controle da fome e retarda o esvaziamento do estômago. Assim, ajuda a controlar o apetite, ao fazer com que o usuário sinta-se saciado, e reduz a vontade dele de comer, o que gera a perda de peso. O Lirux também controla os níveis de açúcar no sangue, tanto em período de jejum quanto após refeições.
Ao contrário de outros princípios que simulam o GLP-1, como a semaglutida — dos medicamentos Ozempic e Wegovy — e a tirzepatida — do Mounjaro —, que são de uso semanal, a liraglutida deve ser usada diariamente.
Depois de ter investido mais de R$ 1 bilhão para viabilizar a produção dos medicamentos emagrecedores no Brasil — incluindo a inauguração da primeira fábrica de peptídeos no país, que tem capacidade para produzir 20 milhões de canetas por ano —, a EMS se prepara para lançar medicamentos à base de semaglutida assim que a patente das marcas de referência cair, em 2026.
O uso dos medicamentos injetáveis deve ser feito sob prescrição médica, associada a dieta hipocalórica e a prática regular de atividade física. De acordo com o laboratório, o Olire é indicado a adultos e adolescentes a partir de 12 anos em obesidade ou sobrepeso — ou seja, com índice de massa corporal (IMC) maior que 27 —; já o Lirux garante controle eficaz do diabetes tipo 2 em adultos, adolescentes e crianças a partir de 10 anos.
(*) Correio Braziliense
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