Por ´segurança´, Odebrecht evitava pagar propinas nos EUA



O ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Junior, o BJ, o responsável pelo setor de Operações Estruturadas, Hilberto Mascarenhas, e o seu subordinado , Fernando Migliaccio, revelaram ao ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Herman Benjamin, na ação que pede a cassação da chapa Dilma-Temer, como funcionava o chamado "departamento da propina" da empreiteira.
De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, BJ disse que os recursos vinham de outros países, através das "contas que a Odebrecht manipulava lá fora".
"Eram feitos contratos no exterior que geravam esses recursos. Esses recursos ficavam lá fora e, depois, eram internalizados através de doleiros que trabalhavam para área de operações estruturadas da Odebrecht, colocados à disposição para uso no Brasil", revelou.
"No momento em que alguém da construtora usasse, em qualquer nível, ele era debitado da área que usou, no montante que foi colocado, com uma taxa de custo, para que a pessoa não usasse com frequência."
Hilberto contou que "99,9% do dinheiro usado para caixa dois era gerado no exterior" e que a empresa evitava pagar propinas em dólar e nos Estados Unidos.
"Não só não pagava nos Estados Unidos como a gente propunha sempre a quem tinha que receber dinheiro no exterior que recebesse em euro. É uma boa moeda e não passa pelo Fed americano [banco central dos Estados Unidos]".
Hilberto revelou ainda que a área de Operações Estruturadas existia desde que a empresa era presidida pelo seu fundador e avô de Marcelo, Norberto Odebrecht.
Migliaccio contou que a empreiteira não pagava mais do que R$ 500 mil em um único dia na tentativa de chamar menos a atenção.
"A gente tinha um conceito de segurança alinhado entre o Hilberto e os operadores, todos, desde o doleiro até o entregador final, da gente não fazer nada acima de R$ 500 mil. Só que devido à pressão e à demanda, teve um dia que eu fiz 30 milhões [de reais]. Então, a gente dividia em tranches para não passar de 500 [mil reais]."
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