Modernização nas redes públicas de saúde para tratamento do diabetes

 

De olho na doença que figura entre as dez que mais matam no mundo* , secretarias de saúde têm apostado na modernização de insumos e em ações de reeducação para pessoas que convivem com o diabetes.


Com todos os olhares voltados apenas para o inimigo invisível causador da pandemia da covid-19, outro grande vilão da saúde pública, o diabetes, foi responsável por cerca de US$ 760 bilhões em gastos com saúde em 2019, no mundo, conforme dados do último Atlas de Diabetes da Federação Internacional do Diabetes, a IDF. No Brasil, segue recebendo atenção dos gestores das áreas da saúde para que sejam levadas ações à população portadora da doença que, mais que assistência, promovam qualidade de vida, autoconhecimento sobre o convívio com a condição e sustentabilidade para todo o sistema de saúde.

Quando não tratado da forma adequada, o diabetes pode resultar em comorbidades graves, como doenças renais e cardiovasculares, o que aumenta o impacto para o sistema de saúde público, além de onerar o orçamento destinado à saúde de todas as unidades federativas.

Dados do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) do Ministério da Saúde registram que, de 2006 a 2019, a obesidade aumentou 72% no país. É o que conta a doutora Eliziane Brandão Leite, da Referência Técnica Distrital de Endocrinologia e Diabetes da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal, que reforça que o aumento contínuo desse número se deve a fatores culturais e aos hábitos dos brasileiros: “Muito desse resultado se deve ao estilo de vida e à obesidade metabólica, quando o acúmulo de gordura predomina na região do abdome/cintura. São dois dos principais fatores de risco para o diabetes”, explica a endocrinologista.

Entre os fatores comprovados para prevenção de comorbidades, estão os investimentos em medicina preventiva para levar mais qualidade de vida por meio de alimentação balanceada, controle de peso, atividade física e mecanismo de monitoramento constante da glicose. A exemplo do sistema de monitoramento contínuo da glicose, como o possibilitado pelo uso de sensor, que registra as variações dos níveis de glicose, dia e noite, para um melhor acompanhamento. “Com o controle pela alimentação adequada, atividade física e medição constante das taxas de glicose, as pessoas que vivem com o diabetes conseguem realizar uma auto-observação, para manterem suas taxas dentro do “alvo”, um intervalo ideal. Ao conhecerem o comportamento da glicose no próprio corpo, fica mais fácil descobrir o melhor caminho a seguir, seja por meio de medicamentos ou escolhas cotidianas, como tipo de alimentação ou prática de exercícios físicos”, defende Eliziane.

Na tentativa de aplicar o conceito da medicina preventiva teorizado pelo SUS, Brasília, Mairiporã e Espírito Santo têm investido na ampliação da oferta de insulina ultrarrápida e sistemas de monitoramento contínuo da glicose através do sensor FreeStyle Libre para pessoas que vivem com o diabetes, acompanhadas pela rede pública, desde que se qualifiquem com a manutenção de boas taxas de glicose e assiduidade em consultas de rotina e, em caso de haver, em oficinas formativas.

“Há um esforço dos três níveis de Poder para oferecer tratamento medicamentoso, recursos para verificação de glicose, insulina, além de organização da assistência, incremento na Atenção Primária e na Atenção Secundária ou Especializada, mas que são ainda desiguais, de acordo com a região do país”, explica Eliziane, que acompanha de perto o programa no Distrito Federal e reforça que os resultados dependem do esforço individual de cada acompanhado: “É necessário também investir em novas tecnologias agregadas à contrapartida do indivíduo, que se compromete em alcançar melhor controle do diabetes, e das empresas que fornecem essas tecnologias (remédios potentes e modernos, sensores de glicose e outros) que devem oferecer educação para o alcance desses resultados.

(*) Correio Braziliense > Reportagem completa
www,carlosdehon.com

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