Clima, covid-19 e impostos serão temas prioritários no encontro do G20

 


Na véspera da abertura da COP26, chefes de Estado e de governo reunidos na Itália enfrentam pressão por forte aceno contra aquecimento global, pedem distribuição equitativa de vacinas e propõem reforma tributária global.
Líderes do G20 reunidos para a tradicional foto, antes do início dos debates, no Centro de Convenções La Nuvola, em Roma - (crédito: Erin Schaff/AFP)


No primeiro dia da cúpula do G20 — as 19 maiores economias do planeta mais a União Europeia —, em Roma, os líderes chegaram a um consenso sobre uma reforma tributária global sem precedentes. A proposta, que começaria a vigorar em 2023 e dependeria de mudanças na legislação de cada país, prevê taxação mínima de 15% sobre os lucros das multinacionais e tem por objetivo colocar fim aos paraísos fiscais. Apesar da medida considerada histórica, todas as expectativas estão voltadas para acenos concretos sobre o combate às mudanças climáticas.

Começa neste domingo (31/10), em Glasgow (Escócia), a conferência sobre o clima das Nações Unidas (COP26). Especialistas apontam o evento como um ponto de inflexão para o futuro da Terra. Um rascunho da declaração final da cúpula do G20, obtido pela agência Reuters, indicava poucas ações consistentes para limitar as emissões de carbono, apesar do compromisso dos países de manterem a média de aumento da temperatura global abaixo dos 2 graus Celsius e de se esforçarem para restringir o acréscimo a 1,5 grau, em comparação aos níveis pré-industriais.

Um alto funcionário do governo dos EUA admitiu a jornalistas que elementos sobre o clima na declaração final "ainda estão sendo negociados". Durante o jantar de gala no Palácio do Quirinal, o presidente italiano, Sergio Mattarella, urgiu que não desviassem o foco do tema. "Não devemos deixar para aqueles que virão depois de nós um planeta atolado em conflitos, cujos recursos foram desperdiçados", defendeu Mattarella. "Os olhos de bilhões de pessoas (...) estão voltados para nós."

Na sexta-feira, o premiê britânico, Boris Johnson, defendeu ações ambiciosas para enfrentar as mudanças climáticas. De acordo com ele, um fracasso dos países na COP26 pode levar a "eventos geopolíticos muito difíceis". "Se você aumenta as temperaturas do planeta em quatro graus ou mais, (...) você produzirá escassez (de comida), desertificação, disputa por comida e água e imensas migrações de pessoas. São coisas muito difíceis de controlar, politicamente", advertiu.

"Pedimos aos líderes do G20 que parem de jogar uns com os outros. Escutem o povo e ajam em favor do clima, como a ciência reivindica há anos", declarou à agência France-Presse (AFP) Simone Ficicchia, de 19 anos, ativista do movimento Fridays for Future. Iniciado pela ativista sueca Greta Thunberg, este movimento promoveu, com organizações da esquerda, uma marcha na qual participaram 5 mil pessoas, ontem, no centro de Roma.

(*) Correio Braziliense
www.carlosdehon.com

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