Síndromes gripais afastam até 15% dos profissionais da Saúde no Ceará, anuncia Sesa



A combinação Covid-19 e Influenza A tem levado centenas de cearenses aos serviços de saúde diariamente desde dezembro. Com a introdução das variantes Ômicron, do novo coronavírus, e H3N2, do vírus causador da gripe, hospitais, clínicas e postos de saúde registram filas de atendimentos em todas as regiões do Estado. O aumento na demanda também fez crescer o número de profissionais de saúde que precisaram ser afastados dos seus postos de trabalho por suspeita ou contaminação confirmada envolvendo as duas infecções virais.
De acordo com a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), entre dezembro de 2021 e janeiro deste ano, cerca de 10 a 15% dos trabalhadores que atuam na rede hospitalar do Estado foram colocados em quarentena por terem apresentado sintomas gripais. A pasta não especificou números absolutos, mas ressaltou que parte desses afastamentos ocorreu por medida de prevenção, devido aos profissionais terem mantido contato com pacientes ou familiares que testaram positivo para o novo coronavírus.

Ainda segundo a Secretaria, os trabalhadores em isolamento ficarão afastados até a liberação do resultado dos exames de detecção. Se o teste der negativo, o retorno é imediato. Em caso de positividade, a quarentena é estendida pelo tempo que for necessário para a completa recuperação do profissional.

Para mitigar os efeitos negativos da desmobilização temporária de pessoal, a Sesa e o Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH), organização social responsável pela administração dos hospitais da rede estadual, anunciaram a abertura de uma seleção emergencial para contratar mais de 150 profissionais da saúde, entre médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e fisioterapeutas.

Dados da plataforma IntegraSUS atualizados nesta quarta-feira, 12, mostram um crescimento exponencial nos casos de Covid-19 entre os trabalhadores da saúde na comparação entre janeiro de 2022 e dezembro do ano passado. De acordo com os números, de 1º a 12 deste mês houve a confirmação de 186 casos da doença em profissionais que estão na linha de frente do combate à pandemia. No mesmo período do ano passado, foram apenas 12 contabilizados. No mesmo intervalo, não houve registro de óbito em decorrência da infecção neste grupo, que foi o primeiro a receber a imunização contra a Covid-19, junto com idosos.

Nos quase dois anos de pandemia, mais de 25,7 mil profissionais da saúde contraíram a Covid-19 em todos os 184 municípios cearenses. No total, 98 mortes foram computadas, segundo mostra o IntegraSUS. Ainda há cerca de 1,1 mil casos em investigação. As cinco categorias com maior confirmação de casos foram técnicos ou auxiliares de enfermagem (6.845), enfermeiros (3.891), agentes comunitários de saúde (2.206), médicos (1.975) e agentes de combate a endemias (966).

Na análise por gênero, chama a atenção a predominância de casos entre mulheres, que representam 72% do total de diagnósticos positivos. São aproximadamente 18,5 mil casos, contra 7,2 mil de pessoas do sexo masculino. Já por faixa etária, a maioria dos casos se concentram nos grupos de 35 a 39 anos (4.398) e de 30 a 34 anos (4.270).

Já em relação aos óbitos, os homens são maioria entre o total de vítimas (60%). Em relação à faixa etária, não há concentração apenas nas idades mais avançadas, como se pregava no começo da pandemia. Os números indicam que, profissionais acima de 60 anos respondem por 51% dos óbitos, enquanto os que têm idade entre 25 e 59 correspondem a 48%.

Os dez municípios com mais casos de Covid-19 em profissionais da Saúde no Ceará:

Fortaleza: 9.151

Sobral: 1.296

Caucaia: 822

Juazeiro do Norte: 713

Crato: 550

Quixeramobim: 421

Barbalha: 398

Tianguá: 330

Maracanaú: 323

Cascavel: 307

Surto afasta mais de 1,3 mil profissionais na Capital

Assim como a população, que tem buscado cada vez mais atendimentos relacionados à Covid-19 e Influenza, os profissionais de saúde também não estão imunes ao contágio pelos vírus. Em Fortaleza, por exemplo, somente entre os dias 1º e 10 de janeiro, mais de 1,3 mil trabalhadores de hospitais e Unidades Básicas de Saúde (UBS) foram afastados do serviço por confirmação ou suspeita de contaminação pelo coronavírus ou H3N2. A informação foi divulgada pela secretária municipal de Saúde, Ana Estela Leite, nesta quarta-feira, 12.

Segundo a gestora, dos profissionais colocados em quarentena, 600 atuavam nos 116 postos do serviço de atenção primária e 700 nas nove unidades de média e alta complexidade da rede hospitalar da Capital. Para Ana Estela, o maior desafio da nova fase da pandemia — agravada pela epidemia de gripe — é conter o adoecimento dos profissionais da saúde para evitar um possível colapso na prestação do serviço à população.

“Nesse momento, o principal desafio que se apresenta diante de nós é o aumento de casos entre os profissionais de saúde. Diante desse cenário, é possível que haja maior tempo de espera nos atendimentos, por isso pedimos a colaboração e a compreensão da população, e que redobre os cuidados para evitar o contágio”, alertou a secretária.

Fonte: O Povo

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