Nise contradiz Mandetta e Anvisa ao negar tentativa de mudar bula da cloroquina

Nise Yamaguchi,
A CPI da Pandemia ouviu nesta terça-feira (1º) a médica Nise Yamaguchi, oncologista e imunologista, que defende o chamado "tratamento precoce" para a Covid-19. O depoimento, previsto para começar às 9h, foi iniciado por volta das 10h10.

No depoimento, a médica contradisse o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta e o diretor-geral da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, ao dizer que não sugeriu a alteração na bula da cloroquina -- medicamento sem eficácia comprovada no combate ao coronavírus.


Ainda durante a oitiva, Nise disse que nunca foi convidada para assumir o Ministério da Saúde, afirmou que um decreto que liberasse o medicamento "exporia" o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), garantiu que não integra e nem tem conhecimento sobre um suposto "gabinete paralelo" que orienta o chefe do Executivo, ressaltou que a teoria da imunidade de rebanho era pertinente em junho de 2020 e defendeu a "integração de forças" em torno das próximas decisões que devem ser tomadas.

Em certo momento, o senador Otto Alencar (PSD-BA), médico de formação, fez uma série de questionamentos sobre infectologia -- ramo da medicina que estuda de doenças infecciosas -- e Yamaguchi não soube responder o parlamentar. Alencar, então, chegou a dizer que a médica "não sabe nada" sobre o assunto.

A sessão também foi marcada por declarações sobre a realização da Copa América no Brasil. O senador Humberto Costa (PT-PE) se disse contrário ao recebimento do evento no país. Já o senador Marcos Rogério (DEM-RO) observou que a hipótese de se fazer a convocação por fatos que estão acontecendo ou que vão acontecer – como a Copa América – tornaria a CPI ilegal.

"Foi somente a reunião onde participei do comitê de crise. Mas não houve um convite formal [para chefiar a pasta da Saúde]. Só para participar daquela reunião pontual. Ele nunca me convidou para ser ministra da Saúde. Foram ilações que a imprensa fez."

O nome da médica era uma das opções cotadas para assumir o cargo em abril do ano passado, após a demissão de Luiz Henrique Mandetta. Nise chegou a participar do evento de lançamento da campanha de prevenção à violência doméstica no Palácio da Planalto, em meio à notícia da exoneração do atual ministro da Saúde, Nelson Teich.


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