Centrão avança no domínio da pauta econômica e se prepara para abrigar Bolsonaro

 

A aliança do presidente com o Centrão tende a ficar ainda mais forte. O desembarque do presidente no Progressistas é dado como certo por parte de integrantes da sigla.

Bolsonaro entre Ciro Nogueira e Arthur Lira, caciques do PP: aliança no Congresso com interesses para 2022 - (crédito: Marcos Correa/PR)


Com o país em crise econômica e o ministro Paulo Guedes enfraquecido, os partidos do Centrão atuam para aprovar projetos que, a um só tempo, os beneficiem politicamente e ajudem o presidente Jair Bolsonaro a sair do atoleiro. A leitura é de que o Posto Ipiranga não tem conseguido emplacar grandes feitos sem a ajuda do Congresso ou ainda fazer andar as reformas. Como parte do plano para tirar do papel programas sociais como o Auxílio Brasil, projetos como a reforma do Imposto de Renda e a PEC dos Precatórios são os mais urgentes para o bloco.

A situação de Guedes ficou mais difícil a partir do momento que o Centrão passou a comandar os ministérios da Casa Civil e da Secretaria de Governo, com Ciro Nogueira (PP) e Flávia Arruda (PL). Com esse movimento, o bloco partidário assumiu as articulações com o Congresso, incluindo o controle da destinação das verbas bilionárias de emendas parlamentares.

A partir daí, os embates entre a ala política e a equipe econômica aumentaram. Há pouco, mesmo tendo conseguido sobreviver às investidas do Centrão e reclamando de “pescarias” da ala à procura de um substituto para seu cargo, Guedes teve que ceder sobre a flexibilização do teto de gastos. Em contramão, causou mais uma instabilidade no mercado e assistiu a mais uma debandada de sua equipe.
Aproximação

A aliança de Bolsonaro com o Centrão tende a ficar ainda mais forte. O desembarque do presidente no Progressistas é dado como certo por parte de integrantes da sigla. Em contrapartida, o chefe do Executivo quer indicar os candidatos ao Senado em regiões chave onde tem sofrido revés, como por exemplo, no travamento da indicação de André Mendonça para o cargo de ministro na Suprema Corte. A estratégia é necessária para fazer andar pautas de interesse do governo. Para a sigla, a vinda do presidente se torna benéfica por conta do potencial de crescimento da bancada no Congresso, o que aumentaria as verbas do fundo partidário e eleitoral, além de conquistar mais tempo de propaganda eleitoral da TV e rádio no próximo ano.

Se até pouco tempo o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), não se movia para a filiação de Bolsonaro, o cenário mudou. Junto com o senador e ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), Lira trabalha para vencer resistências ao nome de Bolsonaro principalmente na região Norte e Nordeste. O partido também é o mesmo que ofereceu meios para que o governo conseguisse construir uma base de sustentação no Parlamento com o Centrão.

(*) Correio Braziliense
www.carlosdehon.com

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