Bolsonaro prestou depoimento na Polícia Federal na quarta-feira (3/11) e alegou que o ex-ministro disse que só aceitaria troca na PF caso fosse indicado ao Supremo.
O ex-ministro Sergio Moro se manifestou sobre as acusações do presidente Jair Bolsonaro de que teria exigido uma indicação ao Supremo Tribunal Federal (STF) para aceitar o nome do delegado Alexandre Ramagem no comando da Polícia Federal.
Por meio de nota, o ex-juiz disse: “Jamais condicionei eventual troca no comando da PF à indicação ao STF”. E completou: “Não troco princípios por cargos. Se assim fosse, teria ficado no governo como ministro”.
Segundo Bolsonaro, em depoimento ao qual o Correio teve acesso, “ao indicar o DPF Ramagem ao ex-ministro Sergio Moro, este teria concordado com o presidente desde que ocorresse após a indicação do ex-ministro da Justiça à vaga no Supremo Tribunal Federal”.
Bolsonaro prestou depoimento à Polícia Federal no inquérito que apura suposta intervenção política na corporação. A oitiva foi realizada na noite de quarta-feira, em Brasília, a quatro dias do fim do prazo judicial. O depoimento ocorreu após determinação do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF.
O chefe do Executivo está na condição de investigado pelo caso. Uma das provas é um vídeo de uma reunião ministerial ocorrida no Palácio do Planalto em 22 de abril de 2020. No encontro, o chefe do Executivo disse que iria "intervir" na superintendência da corporação no Rio de Janeiro, para beneficiar familiares. Durante o imbróglio, Moro pediu demissão da pasta.
(*) CB
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