Ex-alunos usam as redes sociais para manter vivas memórias de colégios extintos de Fortaleza Seja por grupos virtuais ou perfis, cearenses resgatam histórias e momentos especiais.

Marista Cearense, Geo Studio, Júlia Jorge e Evolutivo são nomes que trazem lembranças a milhares de cearenses. São locais onde muitos aprenderam a ler, escrever e construir a noção de cidadania, mas que, hoje, já não existem mais. Nas últimas décadas, esses colégios tradicionais foram fechando as portas motivados, frequentemente, por crises financeiras.

No entanto, o encerramento das atividades não significa o fim da história. As instituições seguem vivas, principalmente, nas memórias e nos legados de ex-alunos e professores em grupos virtuais e até mesmo perfis nas redes sociais.

Em entrevista ao Diário do Nordeste, os antigos estudantes — hoje adultos — relembram os momentos, ensinamentos e aprendizados que conquistaram no tempo de escola. Para muitos, o vínculo com as instituições é tão forte que resiste ao tempo.
JÚLIA JORGE: “UM COLÉGIO MAGNÍFICO”

O mesmo sentimento de nostalgia, saudade e reconexão fez surgir a página de Facebook ‘Estudei no Júlia Jorge’, administrada pelo empresário e publicitário Eberth Melo, 39, e que depois se tornou perfil no Instagram. Através do espaço virtual, ex-alunos, professores e colaboradores do colégio do bairro Parquelândia seguem mantendo vivas as lembranças da instituição.

Fundado em 1966, o colégio Júlia Jorge era uma das unidades da Campanha Nacional de Escolas da Comunidade (CNEC) em Fortaleza. Esse formato de ensino ofertava mensalidades mais acessíveis e bons descontos, abrangendo alunos da classe média e baixa dos bairros Parquelândia, São Gerardo, Monte Castelo e Parque Araxá.

Onde antes funcionava o colégio, hoje existe um prédio residencial. Durante o processo de demolição, Eberth, que mora próximo ao local, encontrou vários álbuns no lixo com fotografias antigas do colégio. Foi aí que decidiu criar um espaço virtual para compartilhar imagens e resguardar a memória do colégio e dos alunos.

“Achei fotos dos eventos que aconteciam, das feiras de ciência, dos interclasses, das viagens para os hotéis da CNEC na serra e na praia, e eu queria compartilhar com os colegas. Criamos o [perfil no] Instagram justamente por isso”, diz.

“O Júlia Jorge tinha muitas atividades extras curriculares. Quando eu falo muitas, eram muitas mesmo, de todos os sentidos. Nós tínhamos aula de teatro, de música, de todos os esportes que você imaginar: capoeira, judô, karatê, jiu-jitsu, futebol, vôlei, basquete e handebol”, conta.

Além disso, a escola contava com grupo de ciências, que era organizado em um dos laboratórios “mais modernos do Estado, na época”, grupo de coral, banda sinfônica e até um cinema próprio, segundo o publicitário. “Era um colégio magnífico nesse sentido, tinha uma biblioteca magnífica também”, afirma.

Essa oferta diversificada de práticas e as aulas em tempo integral estimulavam os alunos em torno do colégio. E para estimular e incentivar os alunos, a instituição realizava o ‘Encontro das Nações’, uma mostra cultural onde eram apresentadas danças e esportes, e os interclasses internos e externos.

(*) Diário do Nordeste




Related Post

Ex-alunos usam as redes sociais para manter vivas memórias de colégios extintos de Fortaleza Seja por grupos virtuais ou perfis, cearenses resgatam histórias e momentos especiais. BLOG DO CARLOS DEHON Rating: 5 domingo, 16 de novembro de 2025

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...