Facções criminosas no Ceará: por que o estado virou alvo e como a violência mudou Especialistas analisam a expansão de grupos criminosos no estado como o Comando Vermelho (CV) e Terceiro Comando Puro (TCP). No meio do fogo cruzado, moradores vivem clima de medo e tensão.

Desde 2015, o Ceará tem vivenciado uma mudança significativa na atuação das facções criminosas. A observação é de Artur Pires, professor da Universidade Estadual do Ceará (Uece) e pesquisador do Laboratório de Estudos da Violência (LEV) da Universidade Federal do Ceará (UFC).

De acordo com o especialista, antes concentrados no tráfico atacadista e em operações nos portos e aeroportos, esses grupos criminosos passaram a ocupar ostensivamente as periferias urbanas, marcando territórios e ampliando sua influência local.

O resultado disso são as diversas ações violentas realizadas pelas facções, como agressões e mortes, expulsões de moradores em Fortaleza e outras cidades do estado, extorsão e tentativa de monopólio de serviços e comércios.

A boa localização geográfica do Ceará e uma infraestrutura eficiente colocam o estado na mira dos criminosos, que querem expandir o tráfico de drogas e apostar em outras formas de escoar suas mercadorias ilícitas (entenda mais abaixo).

No meio do fogo cruzado, moradores vivem clima de medo e tensão. Uma vila da cidade de Pacatuba, Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), por exemplo, tornou-se um território “fantasma” após criminosos expulsarem os moradores. Uma pessoa foi presa por suspeita de envolvimento no caso. Ouça o que diz um morador:

Esta não é, no entanto, a única maneira encontrada pelas facções para demonstrar força e poder. No início de 2025, o Ceará enfrentou uma série de ataques a provedores de internet. Os criminosos buscavam monopolizar o serviço e, por isso, estavam cobrando taxas para as empresas atuarem. Carros e comércios foram incendiados.

Outro caso é a expulsão de moradores de um distrito inteiro de Morada Nova, cidade do interior cearense. Uiraponga tinha 300 famílias que foram obrigadas a deixar suas casas após ameaças de facções.

Um relatório do Núcleo de Inteligência da Polícia Civil do Ceará obtido pela TV Verdes Mares revela que de janeiro de 2024 a setembro de 2025, a Secretaria da Segurança Pública (SSPDS) registrou 219 casos de "deslocamentos forçados" de moradores em todo o Ceará, como a pasta se refere às expulsões.



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