Chuva favorece safra e traz expectativa de queda nos preços de alimentos no Ceará

Na hora de escolher frutas, grãos, verduras, legumes e hortaliças, você é daqueles consumidores que aproveitam o período de safra para comprar mais, pagando menos? O analista de mercado das Centrais de Abastecimento do Ceará (Ceasa), Odálio Girão, avalia que o tempo está propício para a compra de melancia, goiaba, limão, coco verde, chuchu, abóbora, batata-inglesa e tomate. Por outro lado, devido ao período de entressafra, banana, laranja e manga aparecem como as grandes vilões do momento – altos preços, que também trazem na lista o tradicional feijão-verde.

Com o quadro chuvoso, já acentuado no interior do Ceará, Odálio prospecta uma boa safra em 2021 e queda nos preços. “Partindo para as frutíferas e hortaliças, podemos destacar que temos no momento boas colheitas de melancia, cujo preço está muito bom, cerca de R$ 1 o quilo. O consumidor está aproveitando as frutíferas nesse momento. A goiaba, por exemplo, também continua com boas colheitas nos pomares do Ceará, principalmente, na região jaguaribana de Russas e Limoeiro, além da que ingressa no Ceará por meio do Vale do São Francisco, Petrolina e Petrolândia”, explica.

Por falar na região do Jaguaribe, Odálio destaca que o limão continua em plena safra por lá. “O produto está com um preço bastante convidativo para o consumidor, que está aproveitando”. Odálio informa que, devido à boa safra na região Sudeste do Brasil, o abacate vem apresentando queda de até 10% no preço (média de R$ 2,50/kg). Assim como as frutas citadas, o coco verde se mantém com bom preço no mercado.

Quanto aos legumes, quem ganha destaque com os preços mais amenos é o chuchu, o tomate e a abóbora. “O chuchu produzido na região serrana do Maciço de Baturité (Guaramiranga e Pacoti) está com um bom valor para compra. A abóbora é uma opção muito boa (cerca de R$ 1,80/kg). Com relação ao tomate, temos uma produção muito forte na região da Ibiapaba. Então chega muito para o mercado e o preço despenca para até R$ 2 o quilo. É atrativo”, analisa.

O economista Alex Araújo observa que nos últimos cinco anos, no Brasil, os preços dos alimentos , além de produtos e serviços, como energia elétrica, água e combustíveis, não têm dado trégua ao consumidor. Em 2020, a pressão foi maior devido à crise econômica em razão da pandemia. Por isso, ele diz que a tendência de boa safra tanto no Ceará quanto no Brasil, neste ano, gera grande expectativa para a queda nos valores de diversos itens da cesta de consumo do brasileiro.

“Isso aliviaria o bolso das famílias nas compras, cujo principal foco é em produtos de primeira necessidade. No Ceará, a quadra chuvosa é fundamental para esse movimento de queda no preço de grãos, frutas e verduras, por exemplo”, afirma Alex.

Vilões do momento

Em contraponto aos valores mais brandos desses alimentos, ocasionado pelo período de safra e tempo chuvoso, a consumida banana está na entressafra e já chega à mesa do consumidor com preço mais elevado – “R$ 25 o cento até R$ 2,50 o quilo”, informou Odálio. “Nesse período da entressafra, os bananais da Serra de Baturité e da região de Varjota, Vale do Curu e Itapajé ainda estão se preparando. Os seus pomares estão se renovando para chegar a uma boa safra a partir de julho”. Assim como a banana, a manga também entrou no período da entressafra e é encontrada mais cara nas prateleiras.

A laranja também entra na lista das grandes vilãs do momento. “Temos preços acelerados para a laranja. A produção da fruta em Sergipe está se reduzindo e o fruto está chegando em menor escala, com valor que atinge R$ 3/kg. No momento, a produção de São Paulo ainda não está suprindo o mercado do Nordeste”, destaca Odálio.

Bastante consumido nas casas, bares e restaurantes da capital cearense, o feijão-verde não está em um bom momento de ser comprado. Mas Odálio aposta na boa safra para os grãos neste ano. Além do feijão, milho e arroz produzidos, principalmente, na região do Sertão Central e do Centro-Sul do Estado.

“O consumidor já poderia estar tendo acesso a um bom preço, mas ele continua elevado, chegando a R$ 13 o quilo. Vamos demorar mais uns dois meses para ter uma colheita de feijão em maior escala no Ceará. Ele poderá chegar a até R$ 5 se o quadro chuvoso na região do Sertão Central for bem distribuído e as colheitas chegarem em quantidade suficiente”, explicou Odálio Girão, informando que valor mais baixo “só a partir de fim de abril”.



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