Covid-19: variantes, risco “altíssimo” e falta de vacinas tornam recuperação do Ceará incerta

 A situação da segunda onda no Estado é mais preocupante que a primeira, alertam especialistas

ACOPIARA NA LISTA DA VARIANTE
O Ceará tem 180 cidades com níveis de alerta “altíssimo” ou “alto” para incidência de Covid-19, segundo dados da plataforma IntegraSUS. Apenas Limoeiro do Norte, São João do Jaguaribe, Alto Santo e Pereiro estão em situação “moderada”. Assim, 97,83% do Estado está em situação mais grave na segunda onda da doença, iniciada em outubro do ano passado.


Para conter a segunda onda de transmissão, o Governo do Ceará recomendou, no decreto estadual mais recente, que os municípios do interior em situação mais grave, decretem lockdown, assim como foi feito em Fortaleza. A medida, inclusive, também foi recomendada por pesquisadores da Fiocruz, preocupados com o avanço de mutações da doença

As variantes são proporcionais à capacidade de contágio. Por isso, é muito importante que sejam adotadas medidas não farmacológicas para reduzir o contágio. Dentro dessa iniciativa, é fundamental detectar a presença dessas variantes em vários estados do Brasil para iniciar a avaliação genômica sobre que variantes são essas e onde elas estão presentes”, detalha o pesquisador Odorico Monteiro.

Segundo uma pesquisa da Universidade de São Paulo com a Universidade de Oxford, a variante brasileira é 2,2 vezes mais transmissível do que as linhagens anteriores do vírus. Além disso, ela também é capaz de infectar novamente as pessoas que já tiveram covid-19 em outro momento.
Como o recomeço começou?
Na última semana, durante entrevista ao Grupo Cidade de Comunicação, a secretária de Saúde de Fortaleza, Ana Estela Leite, admitiu que a segunda onda de transmissão começou no fim do ano passado. “A gente vive uma segunda onda que se iniciou em outubro. Uma onda muito mais longa, muito mais arrastada e que tem se intensificado nas últimas três semanas”, afirmou.
Em agosto de 2020, a Fiocruz já alertava que o Ceará, Rio de Janeiro e Maranhão poderiam entrar em uma retomada do crescimento de casos de Covid-19, em razão das medidas de flexibilização da economia, o que era negado pelas autoridades cearenses.

De acordo com o boletim da Secretaria de Saúde do Ceará, somente entre os dias 21 e 27 de fevereiro, foram registrados aumentos de 60,8% e 65,6% nas taxas de novos casos e mortes, respectivamente. Dentro deste intervalo foi notado o maior pico de diagnósticos positivos, até então. Em 22 de fevereiro, o Estado confirmou 2.603 casos e outros 1.526 em investigação, comprovando o risco altíssimo de transmissão.


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