Bolsonaro em 1000 dias - Rejeitado, armado e perigoso à democracia

Por Cláudio Ribeiro


Jair Bolsonaro completou, em 26 de setembro de 2021, seus 1.000 dias de uma gestão cheia de polêmicas, tensões, confusões. Mais barracos que pontes, para usar termos entre a baixaria e a diplomacia. Dias complexos. De quase 590 mil mortes saídas de uma pandemia mal gerida, negada e mal assistida. Dias de ódio, de coação à imprensa, de atentados e ameaças à democracia, de xingamentos e desrespeito, agressões do Executivo ao Judiciário.

O Brasil dividiu-se ainda mais. A inflação corrói o bolso, a gasolina bateu R$ 7 - ou mais -, as mentiras de blogueiros amigos foram patrocinadas pelo Planalto, para o Planalto, pelos chegados do Planalto. Quiseram "passar a boiada" nas leis ambientais e no que mais fosse. O Centrão pegou assentos e cargos. É um governo em que os cabides dos escalões da gestão têm tantos paletós quanto fardamentos verde-olivas.

Será muito trabalho para os autores dos futuros livros de história. Mas as charges do O POVO cuidaram de contar com gracejo o que está sendo o bolsonarismo no poder. Uma opinião com o traço habilidoso do chargista Clayton, bem humorada. Mesmo sobre coisa muito séria, mesmo que quase sempre o assunto nem fosse engraçado. O governo e seus personagens foram muitas vezes mais bizarros e distorcidos do que o próprio desenho.

Para abrir o registro do que foram esses 1.000 dias, O POVO bancou um momento democrático e lançou, em seu portal, a eleição das charges que mais representam o governo Bolsonaro. De 8.320 votos computados para 50 charges selecionadas previamente, as mais votadas foram:
- "O machado de Weintraub devasta o Ministério da Educação" (7,45%);
- "A previsão mística do futuro de aumentos nas contas do trabalhador brasileiro" (7,33%);
- "A crença da não existência da corrupção no governo pela hipnose de Jair Bolsonaro" (6,53%);
- "Insensibilidade e desumanidade de Jair Bolsonaro com as mortes pelos coronavírus" (6,14%);

As categorias mais votadas foram das charges de Política (28,62%) e Educação/Cultura (24,03%). As mais compartilhadas foram as de Saúde (26,61%) e Política (22,54%). A plataforma mais escolhida para o compartilhamento foi o WhatsApp, principalmente no dia 27/8. A votação foi realizada entre os últimos dias 26/8 e 7/9. Das 943 charges analisadas entre 2/1/2019 e 31/7/2021, o governo Bolsonaro foi tema em 547 delas (61%).

Esta eleição é parte do projeto “Bolsonaro 1.000 dias”. É um dossiê jornalístico que apresenta análises de informações geradas pelo governo. Terá abordagens diversas e cruza várias plataformas e editorias do Grupo de Comunicação O POVO (GCOP). A coordenação é do Data.doc, o Núcleo de Jornalismo de Dados do O POVO

(*) O Povo
www.carlosdehon.com

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