Após ironizar tortura sofrida por Míriam Leitão, Eduardo Bolsonaro sugere que seja mentira: "não tem vídeo"

05/04/2022 <> 14:44 HORAS <> TERÇA-FEIRA
Nova agressão contra Míriam Leitão ocorre apenas dois dias após ele afirmar "sentir pena" da cobra utilizada por agentes da ditadura para torturar a jornalista.
(Foto: Divulgação)


247 - O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que neste final de semana ironizou a tortura praticada por agentes da ditadura militar contra Míriam Leitão, voltou a agredir a jornalista ao colocar em dúvida que ela tenha sido mesmo torturada quando estava grávida e colocada nua em uma sala escura junto com uma cobra.

“Ela só tem a palavra dela, dizendo que foi vítima de uma tortura psicológica quando foi jogada dentro de uma cela junto com uma cobra. Eu fico com a pulga atrás da orelha, porque você não tem um vídeo, não tem outras testemunhas, não tem uma prova documental, não tem absolutamente nada”, disse Eduardo a um canal bolsonarista no Youtube.

“Esse pessoal que está acostumado a mentir e que nada faz quando artigos torcem pela morte do presidente [Bolsonaro]. Fica difícil acreditar que esse pessoal é tão pró-direitos humanos, é tão assim do paz e amor”, completou o parlamentar. Ainda segundo ele, “a Miriam Leitão certamente não se sentiu ofendida” com o ataque feito por ele nas redes sociais no final de semana. A declaração faz referência uma postagem feita por ele em que afirmava “ter pena da cobra” utilizada na tortura psicológica contra a jornalista.

A postagem fez com que partidos como o PSOL e a Rede Sustentabilidade pedissem a cassação do mandato de Eduardo Bolsonaro por pregar o rompimento da ordem constitucional e do regime democrático, além de fazer apologia à tortura. O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) também afirmou que seu partido iria abrir uma representação contra o parlamentar no Conselho de Ética da Câmara.

Diversas personalidades, incluindo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), também se posicionaram contra a agressão feita pelo parlamentar. A presidente deposta Dilma Rousseff (PT), que também foi presa e torturada durante o regime militar, afirmou que "os Bolsonaro têm compromisso com a tortura".

(*) 247

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