Tiroteio verbal no Plenário da Assembleia envolve crimes cometidos no motim da PM

FOTO: AL-CE


O presidente da CPI do Motim, deputado Salmito Filho (PDT), disse, na tribuna da Assembleia, que tem “um grupo político no Ceará que nasceu cometendo crimes”. Traduzindo: esse grupo é uma milícia. O parlamentar fez a acusação em discurso, quando informou o andamento dos trabalhos da Comissão, que investiga o destino dos recursos das associações militares e os motins promovidos por policiais. “Um ex-dirigente de associação de militares disse que um grupo político decide tudo”, declarou Salmito.

Segundo o deputado, o primeiro momento da CPI foi para colher as devidas informações e dados para o desenrolar da investigação, de forma cuidadosa e detalhada. “No entanto, houve parlamentar declarando que o trabalho da CPI não era sério e sim politicagem”, pontuou Salmito, para iniciar disparos.

De acordo com ele, além das contradições, começam a surgir as ilicitudes. “Tem grupo político, aqui, no Ceará, e isso é público e notório, e eu quero ver se negam, quero ver se têm a coragem de negar, que nasceu na política cometendo crime e colocando a população como refém, inclusive, os seus colegas militares em uma situação vexatória. Alguns deles estão arrependidos porque perderam o emprego, porque não sabiam, porque foram ludibriados, porque foram enganados”, acrescentou o deputado.

Salmito complementou sua fala, lamentando a difícil situação que o colega deputado Soldado Noélio tem para administrar. “Quando assumem o mandato de vereador, deputado estadual, deputado federal, pretendendo outros mandatos, inclusive, majoritários, aí fica dividido, porque começa a perceber que o Código Penal Militar não permite (o motim) e que colocar a população como refém não pega bem”.

Atirando em Salmito, o deputado Capitão Wagner disse que a “CPI não vale nada, é instrumento político, politicagem pura e tem como objetivo atingí-lo, por liderar as pesquisas para o governo”. Já Soldado Noélio anunciou que pretende pedir o arquivamento da CPI, através do Ministério Público.

Durante o motim de policiais, em fevereiro de 2020, cerca de 238 pessoas foram assassinadas e chacinas ocorreram na periferia dos municípios da região metropolitana de Fortaleza. Os assassinos devem ser identificados, julgados e condenados. A CPI completa um ano em agosto. Os resultados foram pífios para uma pauta de alta relevância.

(*) Roberto Moreira
www.carlosdehon.com

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