Guerra na Ucrânia: imagem chocante de satélite mostra corpos pelo chão e contradiz versão russa



Depois que as tropas russas se retiraram da cidade nos arredores de Kiev, surgiram imagens de corpos nas ruas, que também foram vistos por equipes de meios de comunicação."massacre deliberado" — mas Moscou disse que tudo foi "encenado" depois que suas forças militares se retiraram da área. E fez uma série de alegações infundadas sobre as imagens de Bucha.
Alegação: 'Cadáveres falsos'

Após a retirada russa, imagens feitas de um carro que passava pela cidade mostraram corpos em ambos os lados da estrada.

A Embaixada da Rússia no Canadá tuitou o vídeo, com a legenda "vídeo encenado mostrando cadáveres falsos na cidade de Bucha, perto de Kiev".

Mas imagens de satélite de Bucha em 19 de março — quase duas semanas antes das tropas russas se retirarem da área — mostram o que parecem ser corpos na beira da estrada.

As imagens, publicadas pela primeira vez pelo jornal americano The New York Times e verificadas pela BBC, mostram corpos nas exatas posições e na mesma rua que o vídeo que a Rússia alega ter sido encenado depois que suas tropas partiram.

Perfis de rede social pró-Rússia circularam uma versão em câmera lenta do vídeo, alegando que o braço de um dos corpos se moveu.

A imagem do vídeo está granulada, mas uma análise mais detalhada mostra que o que se alega ser um braço em movimento é, na verdade, uma marca no canto inferior direito do para-brisa do veículo.

A marca em questão aparenta ser uma gota de chuva ou uma partícula de sujeira, e há outras semelhantes visíveis no para-brisas do carro no início do vídeo.

Outra alegação russa se concentra em uma parte diferente da filmagem. O carro passa por outro corpo, que jaz ao lado de uma calçada com pedras vermelhas e amarelas e uma cerca marrom destruída.

À medida que o veículo avança, o corpo pode ser visto brevemente no retrovisor direito. Perfis pró-Rússia afirmam que o corpo "se senta".

Mas uma versão mais lenta do vídeo mostra que o espelho retrovisor está distorcendo claramente o reflexo do corpo, assim como as casas ao fundo.

O mesmo efeito pode ser observado em vídeos de espelhos retrovisores semelhantes postados na internet.

A BBC comparou os dois corpos do vídeo (publicado em 2 de abril) com fotos de alta resolução fornecidas pela Getty Images e pela AFP em 3 de abril.

No vídeo, o primeiro corpo jaz de costas perto de um meio-fio branco e amarelo. A calçada à direita é parte asfaltada, parte grama. Um carro prateado pode ser visto na calçada com o porta-malas aberto na frente de uma cerca branca. O mesmo carro, meio-fio, calçada e cerca são visíveis na imagem da Getty/AFP.

O segundo corpo tem uma jaqueta preta e o que parece ser um torniquete ou curativo ensanguentado no braço direito. Está deitado de lado próximo a uma calçada vermelha e amarela, em frente a uma cerca marrom destruída. A jaqueta preta, o torniquete/curativo, a calçada e a cerca correspondem à foto do corpo publicada pela Getty/AFP.
Alegação: Corpos 'não enrijecidos'

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia tuitou: "É particularmente preocupante que todos os corpos das pessoas cujas imagens foram publicadas pelo regime de Kiev não estejam enrijecidos após pelo menos quatro dias".

De acordo com os militares ucranianos, os russos partiram na madrugada de 31 de março. A Rússia diz que eles saíram em 30 de março.

Nas horas seguintes à morte, os corpos passam por um processo chamado rigor mortis, em que os músculos se contraem e endurecem.

Pedimos a opinião de um patologista forense para saber se um corpo deveria ficar "enrijecido" após quatro dias. O especialista, que trabalhou em lugares como Kosovo e Ruanda em investigações de crimes de guerra, não quis ser identificado, mas disse à BBC que em quatro dias o rigor mortis "geralmente diminui".

(*) MSN

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