13 DE ABRIL DE 2022
Lembro-me que atravessa seu corpo em onibus amarelos da Barra do Ceará Eram circulares que arrodeavam teus ombros e que me enchiam de sal ás alpargatas sinuosas e velhas que usava. Lembro-me da rua desnuda da travessa D. Medinha cheia de areia E que tinha sabor de peixe e de música. Lembro-me que chegava no teu ventre passando pela Pedro Pereira e ás lojas vendendo aparelhos musicais E os peixes do BEC nos olhando temerosos das balas de mel que jogávamos. Lembro-me do velho IBEU, suas descidas lisas e salas apertadas Dando passagem para á cidade da criança inóspida e silenciosa. E de retorno para casa o pão quente levado pelo tio "Totoinho" Fechando o círculo diário e passando pelos seios de suas praias Um cenário batedor de ondas nos ouvidos E do roncar dos táxis caindo pela noitinha. Um boêmio nos finais de semana Um dinheiro razo E uma branquinha comprada no Nº 8 da Bezerra Farinha e feijoada unia amigos ao som do professor Aroldo e dos discursos hilarios de Costinha. Não havia medo nem medo, nem medo, Sua silhueta de vagas mulheres do barba-azul Atravessadas pela entradas da MESBLA Levava-nos ao amanhecer por entre braços de putas e dunas Pela beira mar... Desnorteados pela madrugada andávamos a pé de volta pra Barra Sem ver a barra que já dispuntava no amanhecer dos teus lábios. (*) Carlos Dehon PARABÉNS FORTALEZA, QUE TEUS POETAS LOUCOS CONTINUEM ANDARILHOS POR ENTRE TUAS TRILHAS.
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