O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) citou a condenação do antecessor, Jair Bolsonaro (PL), enalteceu o Poder Judiciário brasileiro e defendeu o País das interferências dos Estados Unidos, nesta terça-feira (23), durante discurso na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidos (ONU), em Nova York.
Repetindo uma tradição existente desde 1955, o representante do Brasil abriu as falas do Debate Geral de líderes. Na ocasião, destacou o resultado do julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) contra o antigo presidente, pela trama golpista.
"Há poucos dias, e pela primeira vez em 525 anos de nossa história, um ex-chefe de Estado foi condenado por atentar contra o Estado Democrático de Direito", citou.
Lula detalhou que o processo jurídico ao qual Bolsonaro foi submetido seguiu os trâmites estipulados nas leis brasileiras, e frisou que ele teve "amplo direito de defesa".
Foi investigado, indiciado, julgado e responsabilizados pelos seus atos em um processo minucioso. Teve amplo direito de defesa, prerrogativa que as ditaduras negam às suas vítimas. "Lula
Presidente do Brasil
Lula é aplaudido ao defender soberania do Brasil
O presidente ainda defendeu a democracia brasileira e afirmou que a condenação de Bolsonaro é um exemplo para aspirantes ao autoritarismo.
Diante dos olhos do mundo, o Brasil deu um recado aos candidatos a autocratas e aqueles que os apoiam. Nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis. "Lula
Presidente do Brasil
Ao defender a soberania, ele foi aplaudido pela maioria dos presentes no evento.
'A agressão contra o Judiciário é inaceitável', diz Lula
O líder ainda disse que a tentativa de interferência dos Estados Unidos, através do presidente Donald Trump, no Poder Judiciário brasileiro é "inaceitável".
"Não há justificativas para as medidas unilaterais e arbitrárias contra as nossas instituições e nossa economia. A agressão contra independência do poder Judiciário é inaceitável. Essa ingerência em assuntos internos conta com o auxílio de uma extrema-direita subserviente e saudosa de antigas hegemonias.
Durante o julgamento, o republicano tentou interferir no resultado, ao aplicar taxas comerciais ao Brasil, além de impor sanções econômicas, através da aplicação da lei Magnitsky a brasileiros, entre eles o ministro relator do caso, Alexandre de Moraes.
Nessa segunda-feira (22), ainda motivado pela ação envolvendo Bolsonaro, o governo dos EUA estendeu a lei Magnitsky à esposa do magistrado do STF, a advogada Viviane Barci de Moraes.
Lula cita atuação de Eduardo Bolsonaro
Ele também citou, sem detalhar nomes, a atuação de brasileiros na aplicação de sanções americanas contra o País, em referências a personalidades como Eduardo Bolsonaro e Paulo Renato Figueiredo Filho, denunciados pela Procuradoria Geral da República (PGR) também nessa segunda.
"Falsos patriotas arquitetam e promovem publicamente ações contra o Brasil. Não há pacificação com impunidade."
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