Edifício Andréa: chega a seis o número de mortes confirmadas


Terceiro dia de buscas nos escombros do edifício Andréa. Bombeiros e voluntários trabalham incessantemente na busca de sobreviventes. (Foto: Júlio Caesar/O POVO)

18/10/2019, SEXTA-FEIRA
Quatro corpos foram retirados ontem dos escombros do Edifício Andréa. Nayara Pinho e Gildasio Holanda, filha e pai, foram resgatados sem vida ao longo do dia. À noite, Rosane Marques de Menezes e Maria da Penha Bezerril Cavalcante. Esta última foi a segunda pessoa cujo óbito foi confirmado pelos Bombeiros, mas permanecia sob os destroços do prédio que tombou na última terça-feira, 15.
A esperança que tomou a equipe que trabalhava nas buscas na noite de quarta-feira, 16, ao perceber o barulho que sugeria a possibilidade de ainda haver algum sobrevivente, não se confirmou. O coronel Luís Eduardo Soares de Holanda, comandante do Corpo de Bombeiros, explicou que o procedimento de escuta observado no campo de buscas é comum em situações de resgate. "Qualquer ruído que tenha na estrutura, a gente para e é feito absoluto silêncio para que a gente possa escutar esse ruído". No entanto, o som identificado não foi ouvido novamente, sendo assim descartada a possibilidade de alguém ter tentado se comunicar sob a pilha de concreto.
O corpo de Rosane Marques de Menezes, 56, foi retirado por volta das 21 horas. Foi o sexto óbito confirmado. Sua mãe, Izaura, já havia sido encontrada morta na quarta-feira. Seu pai, Vicente de Paula, estava entre os desaparecidos até o início da madrugada de hoje.
O corpo de Nayara Pinho Silveira, 31, foi localizado no início da tarde de ontem. Segundo o comandante Holanda, os boatos de que a vítima teria sido encontrada ainda viva não procediam. "A gente sequer tinha visualização da Nayara ontem à noite. A primeira visualização dela se deu hoje pela manhã. A gente fez, então, todo o trabalho de escavação, mas ela já estava sem vida", explicou. Pela manhã, o corpo do pai de Nayara havia sido encontrado. Antônio Gildasio Holanda Silva, 60, foi retirado por volta das 7 horas.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), a identificação foi possível por meio da necropapiloscopia, que é realizada por meio da coleta da impressão digital do corpo e comparação com o documento pessoal. Gildasio e a filha residiam há pouco tempo no apartamento 301 do prédio. Viúvo recentemente, decidiu morar com a filha psicóloga.
O balanço após o 3º dia de buscas foi de sete pessoas resgatadas com vida e outras seis encontradas mortas. Os trabalhos nesta quinta-feira foram concentrados nas áreas onde os escombros dos apartamentos 302 e 501 estavam localizados.
Apesar de passados quase três dias completos do acidente, a expectativa de encontrar alguém com vida ainda existe. As informações coletadas por meio de equipamentos e cães farejadores estão sendo utilizadas para traçar estratégias de aproximação. "Pelo nosso estudo de situação, bate com o que os nossos cães, drones e câmeras térmicas indicaram. Estamos procurando pessoas que podem sim estar vivas", destaca o comandante.
"Em locais onde há sinalização de que possa haver vítimas, a gente faz todo um deslocamento de material de forma manual e com ferramentas manuais. Pontualmente, usamos maquinário em locais que não vão comprometer a estrutura da cena, nem a segurança do bombeiro, como forma de agilizar as intervenções. Uma intervenção feita com maquinário em 30 minutos pode durar horas manualmente", afirma.
Cerca de 500 pessoas estão envolvidas na força-tarefa que, desde a última terça-feira, 15, vem resgatando as vítimas do desabamento. (Com informações de Alexia Vieira, Germana Pinheiro, Ítalo Cosme, Izadora Paula, Jéssika Sisnando, Lucas Braga, Neto Ribeiro, Rubens Rodrigues e Sílvia Bessa)
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