ACOPIARA > HOJE, QUEM COMPLETA 100 ANOS É O NOSSO ESTIMADO MÉDICO, PROFESSOR, DR. GENTIL DOMINGUES!!!! AMANHÃ A MISSA É EM SUA HOMENAGEM!!!!

 "Ao mestre com carinho"


 B I O G R A F I A

Gentil Domingues nasceu em Catarina, região dos Inhamuns, em 16 de fevereiro de 1921, filho do casal de agricultores, Manoel Domingues e Nena Domingues, de cuja união, nasceram mais três irmãos e uma irmã. São eles, Francisco de Assis Domingues, Hugo Domingues, Wílson Domingues, Edmundo Domingues e Alice Domingues. Deles, o único que continua nesse plano é Wilson Domingues.

Como não tinha “jeito” para a agricultura, seus pais o colocaram num seminário em Canindé, para seguir seus estudos, onde conclui o curso “Ginasial”, hoje chamado Ensino Fundamental. Mas, por não ter vocação religiosa, sai do Seminário e conclui o Científico (Ensino Médio) no Colégio Estadual Liceu do Ceará, tendo passado também pelo Colégio Cearense do Sagrado Coração de Jesus.

Gentil Domingues tinha um sonho: ser MÉDICO.

Naquela época não havia Faculdade de Medicina no Ceará, mas isso não o impediu de sonhar. Em 1943, presta exame vestibular para a Faculdade de Medicina da então Universidade do Recife, hoje Universidade Federal de Pernambuco, sendo aprovado e iniciando aí o Curso Médico.

Como seus pais não tinham condições financeiras de bancá-lo em outro estado, pleiteou uma vaga na Casa do Estudante de Recife, sendo aceito, o que possibilitou a realização de seu sonho de cursar Medicina. Durante anos foi Diretor de Expediente na velha CEP (Casa do Estudante de Pernambuco). Advém daí a sua ascensão à Presidência da instituição, sendo o 8º Presidente da Casa do Estudante de Pernambuco.

Durante seu curso, foi acadêmico interno do Serviço de Pronto Socorro do Recife, da Maternidade Escola do Derby e também do Serviço de Clínica Médica do Prof. João Amorim, no Hospital Pedro Segundo.

Formou-se com a turma de 1948, iniciando sua vida profissional em Acopiara, onde casou com a farmacêutica Maria Ivanise Lima Domingues e tiveram seis filhos: José Hílton Lima Domingues (engenheiro químico), Gentil Domingues Filho, Pedro Alves Neto, Genival Lima Domingues (médicos), Maria Nena Domingues Lima Moraes (bióloga) e Aída Maria Lima Ferreira de Assis (advogada) – 13 netos e 12 bisnetos.

Em Acopiara, seu pai, Manoel Domingues, num segundo matrimônio com Maria Domingues, lhe deu mais sete irmãs: Maria de Lourdes Domingues Ricarte, Vânia Maria Domingues, Sandra Maria Domingues, Helda Maria Domingues, Célia Maria Domingues, Vera Lúcia Domingues, Telma Domingues Moreira e 19 sobrinhos.

Dr.Gentil, como era chamado pelos muitos amigos que fez ao longo de sua vida pessoal e profissional, construiu uma carreira que reuniu seriedade, dedicação, solidariedade e humanidade. Sabia fazer e ser um amigo. Era entusiasta das boas ideias e partícipe das grandes obras. Era um idealista por natureza.

Um trágico acidente ferroviário marcou o início de sua vida como médico em nossa cidade: o desastre de Piquet Carneiro ocorrido no dia 17 de dezembro de 1951. Ele saiu rápido de Acopiara para atender os feridos, muitos deles em estado grave. Salvou muitas vidas naquele dia, mesmo sem dispor de meios necessários para aquela missão.

Não deixava de atender os chamados, muitas vezes no meio da noite, tendo que enfrentar todo tipo de dificuldades, tais como atravessar riacho num lombo de cavalo, as péssimas condições das estradas (rodagens), enfim, ele não media esforços para exercer seu ofício, tivesse retorno financeiro ou não, afinal ele entendia que essa era a sua missão.

Durante sua vida como cidadão, Dr. Gentil sempre procurou servir ao próximo, sempre defendeu as causas sociais. Sem ser político, deixou uma participação social incomparável. Durante mais de 20 anos foi correspondente do jornal O Povo em nosso município. Foi um dos fundadores do Lions Clube de Acopiara e também membro da Loja Maçônica.

Como médico, foi diretor do Posto de Saúde de Acopiara, além de perito do INSS. Trabalhou ainda nos municípios de Catarina e Piquet Carneiro. Tinha um amor incondicional pela sua terra natal, Catarina, onde tem muitos parentes e grandes amigos e cujo hospital leva seu nome, homenagem que ele orgulhosamente recebeu em vida.

Como professor do antigo Ginásio Monsenhor Coelho, uma das mais tradicionais instituições de ensino do município e que ajudou a encaminhar muitos acopiarenses para a vida profissional, ficava muito feliz com o sucesso de seus alunos nas mais variadas áreas de atuação profissional e costumava dizer orgulhoso, “Fulano(a) foi meu (minha) aluno(a)”.

Era um amante da língua portuguesa e da boa música. Tinha uma discoteca invejável: Nelson Gonçalves, Orlando Silva, Ataulfo Alves, Pixinguinha, Elizeth Cardoso, Noel Rosa e de músicos como Jacob do Bandolim, Altamiro Carrilho, Waldir Azevedo, Dilermando Reis, Saraiva, entre outros.

Era um homem apaixonado pela profissão. Exerceu a função de médico até pouco tempo antes de falecer. Mesmo aposentado, continuava trabalhando. Costumava dizer que o trabalho era muito salutar para revigorar as energias e não perder o hábito de estar sempre ajudando a quem precisasse.

Pelos relevantes serviços prestados ao povo de Acopiara, foi homenageado ainda em vida, no distrito do Ebron, cuja Unidade Básica de Saúde leva seu nome e pela Câmara Municipal, quando recebeu a Comenda Celso Castro de Oliveira. Posteriormente, após o seu falecimento, Dr.Gentil Domingues ainda

deu nome ao CAPS (Centro de Assistência Psicossocial) e ao antigo Posto de Saúde Acopiara, hoje PSF Centro.

Com uma vida inteira dedicada à medicina, às causas sociais e à educação, Gentil Domingues faleceu aos 84 anos, em Fortaleza, por falência múltipla dos órgãos, decorrente de complicações pós-cirúrgicas.

Durante o velório na Funerária Ternura, em Fortaleza, estivaram presentes médicos da turma dele, entre eles o ortopedista Bolívar Bastos Gonçalves e o pediatra Vinícius Barros Leal. “Foi um médico que nasceu para servir”, resumiu o Dr. Bolívar, relembrando, ao mesmo tempo, passagens memoráveis quando conviveu com Dr. Gentil na Faculdade de Medicina do Recife. O depoimento do médico Barros Leal também enaltece a figura dele: “Foi um grande médico, que Acopiara jamais esquecerá.”

Acopiara parou na manhã de 24 de novembro de 2005, para assistir o sepultamento deste médico que tanto serviu à população desta cidade.

E hoje, estamos aqui reunidos para homenagear e celebrar o centenário de uma das figuras mais carismáticas e ilustres desse lugar.

VIVA DR.GENTIL !!!

Referências Bibliográficas: ACEP (Boletim Informativo da Associação dos Ex-sócios e Amigos da Casa do Estudante de Pernambuco), Ano II, Nº22, Dezembro/1997; Jornal O POVO, Caderno OPINIÃO, pág.06, datado de 25/11/2005; FOLHA DO SERTÃO, Municípios, pág.03 (Nov/2005);

Acopiara, Fev/2021.

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