A delicada situação do PDT, em que sua cúpula bate cabeça e não consegue encontrar ponto de convergência, se tornou uma discussão intestinal prestes a erupção. O partido tem três alas. A primeira defende que o partido siga sua vida normalmente, sendo aliado do PT no governo, como ocorreu por mais de sete anos com Camilo. Uma segunda acredita como necessário o acordo com reciprocidade, ou seja, o PT tem que apoiar a reeleição dos prefeitos do PDT e garantir o mesmo espaço no governo Elmano que mantinha com Camilo governador. A terceira ala defende fazer oposição.
A reunião estendida da Executiva estadual do partido mostrou avanço. As três alas sentaram na mesma mesa, na sede da sigla. Ouviram todos que queriam desabafar e ficou claro que o partido não abre mão do protagonismo. Parece faltar um pouco de lucidez. Lula presidente do Brasil, Camilo ministro e Elmano governador. Fica difícil para o PDT ser o líder do processo político no Ceará. É preciso reconhecer a liderança que se tornou Camilo Santana.
No quesito relação com o governo Elmano, o PDT tem pouco tempo para se manifestar oficialmente. O partido, como instituição, sabe que 10 dos seus 13 deputados estaduais estão fechados com o futuro governador. Tem conhecimento da ingerência de Camilo sobre muitos prefeitos. Ao PDT, resta a opção de combinar uma aliança política capaz de assegurar espaço de poder.
Nenhum comentário: