VINÍCIUS JÚNIOR O KUNTA KINTE DO SÉCULO XXI

 

Eu fui capturado ás margens do rio Gâmbia em Juffure, áfrica, em meados do século XVIII,  eu era um guerreiro Mandinga tinha  minha liberdade, meus sonhos, minha família, meu amor. Nosso maior legado eram nossos pais, família, filhos a mãe áfrica e nossa maior riqueza era poder navegar nos rios, correr nos prados, e respeitar á terra como nosso sangue de aventura fincado nas veias de nossos povos fortes e soberanos. O branco em forma de vespa veio e trouxe ouro pagando nossos próprios irmãos que se aliaram aos portugueses e nos capturaram nos campos, nas aldeias, nos rios e nos enfiaram em navios negreiros britânicos. Ficamos sem ver o céu da África durante meses agonizando nos porões fétidos, nossos irmãos e irmãs gritavam de saudade e de dor e nós acorrentados que fomos, mutilados que fomos víamos companheiros que morriam sendo jogados ao mar tragados por doenças que o branco levava em sua ira, em seu corpo. Nos tinham tirado tudo que havíamos conseguido durante séculos no continente negro, selvagem, de animais e florestas descomunais, de riquezas e cachoeiras abundantes, de sopros e ventanias inimagináveis, de corcéis velozes e mulheres de contornos sinuosos e silhuetas inconfundíveis. Esse era nosso vulcão trincado nas pedras de Salomão, de Reis e Rainhas vestidos com suas vestes magníficas desfilando pelas empoeiradas aldeias e cercadas pelos inusitados gritos dos pântanos, lagos e rios. O branco com suas correntes, seus chicotes, sua ambição, suas doenças nos tirou tudo isso. Viajamos sobre o quadrado das estrelas que nos guiavam ao continente americano, onde seríamos esquartejados, dilacerados, subjugados e viveríamos sobre o açoite das mãos de nossos carrascos, produzindo ao longo dos anos á riqueza da América, um país novo que se dividia exatamente pela riqueza do sul e a tentativa da libertação de nosso povo do Norte. Nós escravos nunca mais voltaríamos ao paraíso africano, tivemos por sorte a corrente nos pés e ás senzalas para dormir descansando um pouco o nosso corpo mutilado pelas ações diárias do trabalho escravo e das aptidões do lacaio capitão do mato que cuidava de nossas correntes e das sangrias das nossas veias cortadas pelas chibatadas diárias. Nossas lágrimas petrificadas pela saudade de nossa terra, nos fazia gemidos ancorados á noite sobre a palha e a madeira de dormir, nossa comida eram farelos e migalhas dos porcos que sobravam dos donos de fazendas e nossa ira era abrandada pelas orações noturnas e pelo choro baixinho evocados de nossos olhos molhados de dor e medo. Vimos um país ameaçado pelo poder Britânico e nos aliamos ao nosso carrasco contra a nossa própria sorte na tentativa de um dia voltar á terra natal, mas em vão os franceses aliados aos índios e o próprio povo varreram os britânicos da América e nós ficamos entre a cruz e a espada norte americana. Lutamos na Secessão contra a escravidão sulista quando em 1º de abril de 1963 Abraham Lincoln ao custo de milhares de mortes do seu próprio povo e do nosso conseguia libertar 4 milhões de negros norte-americanos-africanos. A guerra que dividiu o povo do Norte industrializado e do Sul agrícola só viria a acabar em 1865. Mas em função da ideia iluminada do Presidente Norte-Americano que lançou a luz da libertação sobre outros países, provocou o ódio transformando o ato em uma luta que perdura até nosso tempo. Kunta Kinte foi o início da raiz o exemplo que deu a ideia a outros Kuntas na história, no próprio EUA surgiram líderes e exemplos que perfuraram o pulmão do racismo atual. o atleta Jesse Owens, derrotando a super raça ariana nas olimpíadas de Berlim, dizia, preferia á corrente de Hitler do que a escravidão em que vivo no meu próprio país, Muhammad Ali (Campeão Mundial de Boxe) dizia, “Por que Jesus é branco de olhos azuis? Por que na última ceia todos são brancos? Eu disse, ‘Mamãe, quando morrermos, nós vamos para o céu?’ Ela disse: ‘Claro’. Eu disse: ‘Então o que aconteceu com os anjos negros?'”, conta, fazendo a plateia rir. “Eu disse: ‘Eu sei. É porque os brancos também estão no céu e os anjos negros estão na cozinha preparando o leite com mel.”Ali diz que sempre se perguntou por que precisaria morrer e ir para o céu para ter “leite com mel”, e por que não ter, ainda vivo, bens materiais. “Eu disse: ‘Mamãe, eu não gosto de leite com mel. Gosto de bife. Leite com mel é laxante mesmo. Há muitos banheiros no céu?”. Um líder Negro como Martin Luther King em sua batalha contra a segregação racial e assassinado, deixou seu legado em uma só frase: "quero ver meu filho sendo julgado não pela cor da pele mas pelo seus atos" esse sermão da montanha estrondou, ecoou nos tímpanos dos racistas da América. Dentre tantos outros mártires, o brasileiro Pelé, encerrando sua carreira pelo Cosmos de New Yok, "brandava" love love love como forma de libertação racial. O racismo como cunho de cor como aporte da ingratidão humana perante Deus está acabando com nossos amigos pretos e nos estádios da Europa protagoniza a bestial cena a um dos jovens mais promissores do futebol mundial, a arte de jogar futebol está sendo marcado pela inveja dos perna-de-pau do velho mundo e da ignorância do século XXI. Vini Júnior jogador do Real Madrid é o nosso Kunta Kinte Mandinga. Por Carlos Dehon  

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VINÍCIUS JÚNIOR O KUNTA KINTE DO SÉCULO XXI BLOG DO CARLOS DEHON Rating: 5 quarta-feira, 24 de maio de 2023

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