Há 80 anos o Brasil mergulhava naquele que viria a ser o maior triunfo da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na Segunda Guerra Mundial: a tomada de Monte Castelo, na Itália. Iniciada em 24 de novembro de 1944, a batalha contou com cinco ataques. Desses, os quatro primeiros foram mal-sucedidos por conta, principalmente, do frio severo que assolava a localidade e prejudicava a visualização para artilharia aérea e veículos blindados. A tomada de Monte Castelo ocorreu em 21 de fevereiro de 1945.
Enfrentar e vencer o frio é o ponto de destaque do desempenho brasileiro no conflito, além de desbravar o terreno desconhecido e montanhoso do Monte Castelo. Segundo o historiador do Exército e chefe do Centro de Cultura Regional Militar da 10ª Região, baseado no Ceará, major Gustavo Augusto de Araújo Chaves Pereira, essa foi a batalha mais difícil e emblemática enfrentada pela FEB.
"Ela representa todo o aspecto de perseverança do soldado brasileiro, do preparo, da resiliência, da adaptabilidade ao clima. Se for analisar bem, das quatro tentativas infrutíferas, todas foram baseadas em problemas adversos em termos de meteorologia. Frio, inverno, chuva, lama. Esse aspecto foi algo sobrenatural", destaca o major Gustavo Augusto .
Ele também relata outra dificuldade na campanha de Monte Castelo: a situação íngreme do terreno. "Eles tinham que escalar no rastejo. Corriam, deitavam, rastejavam, porque, se ficavam em pé, a metralha comia”, contextualiza ele, que também é um dos autores do livro Reminiscências da História do Ceará na Segunda Guerra Mundial.
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