Um soldado da Polícia Militar do Ceará (PMCE) foi denunciado pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) e virou alvo de uma investigação administrativa, na Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário do Ceará (CGD), por aplicar um golpe total de R$ 60 mil, contra três policiais militares. O acusado tinha uma empresa de investimentos e prometia lucros para as vítimas.
A CGD instaurou Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra o soldado PM Alysson Araújo de Carvalho, apontado como o proprietário da empresa Smart Investimentos, e o soldado PM Leandro de Moura Lemos, que seria sócio da empresa. A portaria foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) da última terça-feira (18).
Conforme a publicação, os dois policiais militares, "desde o ano de 2019, através da suposta empresa Smart Investimentos, captavam para si e para terceiros, vantagem imprópria, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo estas pessoas em erro ou engano, mediante artifício e outros meios fraudulentos para que elas inadvertidamente se deixassem espoliar através da realização (de) transferências de valores pecuniários aos acusados".
Apesar da investigação administrativa contra os dois PMs, apenas o soldado Alysson Araújo de Carvalho foi denunciado pelo MPCE pelo crime de estelionato, contra três vítimas, no dia 30 de agosto do ano passado. A denúncia foi recebida pela 15ª Vara Criminal de Fortaleza e o acusado virou réu no processo criminal, no dia 2 de setembro último. O PM Leandro Lemos aparece no processo criminal como testemunha e é investigado em outro inquérito policial.
As defesas de Alysson Araújo de Carvalho e de Leandro de Moura Lemos não foram localizadas pela reportagem, mas o espaço segue aberto para futuras manifestações.
Ao ser interrogado no 10º Distrito Policial (10º DP), da Polícia Civil do Ceará (PCCE), no dia 20 de outubro de 2020, Alysson alegou que não conseguiu mais lucros nos investimentos depois que o seu trader (analista de mercado financeiro) foi assassinado. O PM sustentou que "em nenhum momento, agiu com intenção de enganar qualquer pessoa".
PROMESSA DE LUCRO AOS COLEGAS DE FARDA
Conforme a denúncia do Ministério Público do Ceará, Alysson de Carvalho, em março de 2020, "praticou crime de estelionato de forma continuada, obtendo vantagem mediante meio ardil, ao convencê-las (vítimas) para que fizessem aplicações financeiras, prometendo uma rentabilidade fixa e investimentos de renda variável. No entanto, os valores nunca foram restituídos às vítimas".
15%
de lucro mensal foram prometidos a três policiais militares - um subtenente (na época, sargento), um sargento e um cadete (oficial em formação) - que investiram um total de R$ 60 mil na empresa Smart Investimentos. O dinheiro seria pertencente ao subtenente, que emprestou R$ 40 mil para os outros dois PMs também realizarem o investimento. A empresa operava com criptomoedas e bitcoins, entre outras operações.
Uma vítima afirmou às autoridades que ficou receosa de investir na empresa, mas viu os proprietários da Smart Investimentos "ostentando uma vida de luxo nas redes sociais" e "resolveu, então, entrar para o negócio", segundo a denúncia.
Alysson de Carvalho rebateu, no interrogatório policial, que pagou 20% de lucro aos colegas de farda, em setembro de 2019; 22% de lucro, em novembro daquele ano; e mais 20%, em dezembro. O réu afirmou que R$ 28,8 mil foram pagos aos PMs e negou que o negócio se tratava de esquema de pirâmide.
(*) Com informações do Diário do Nordeste
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