Idosos são 41% da população que mora sozinha no Ceará, mostra IBGE Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) de 2024

Em 12 anos, a população idosa que vive sozinha no Ceará mais que duplicou em números absolutos e passou a representar, em 2024, 41% dos lares unipessoais. De 84 mil, eles chegaram a 213 mil no ano passado.

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) de 2024, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nessa sexta-feira (22).

Na outra ponta temporal, em 2012, eles eram 38,5%. Ou seja, a baixa amplitude da variação, mesmo combinada à duplicação do número de idosos nessa situação, indica que o volume total de moradores únicos no Estado cresceu em ritmo similar ao longo dos anos de maneira geral.

Fazendo um enquadramento mais recente, contudo, é possível observar o envelhecimento dessa dinâmica domiciliar mais de perto. Por exemplo, comparando apenas com 2023, a pesquisa mostrou que os idosos representaram o maior acréscimo – mais 6,5 p.p. – de domicílios unipessoais.

Por outro lado, em termos gerais, nesse período específico, houve uma leve regressão de 529 mil a 520 mil. O grupo de adultos entre 30 e 59 anos puxou essa oscilação. O levantamento também traz informações de indivíduos entre 15 e 29 anos, que não apresentou mudanças significativas no biênio em questão.

Em síntese, a população idosa morando só cresceu nos dois últimos, enquanto o grupo imediatamente mais jovem diminuiu no Ceará.

Para Álvaro Madeira Neto, médico gestor em saúde, esse fenômeno tem múltiplas causas. “A viuvez, sem dúvida, é um dos principais fatores. Como as mulheres vivem, em média, mais que os homens, muitas acabam então enfrentando a velhice sozinhas. Mas também tem um componente positivo, pode-se dizer assim, ligado à busca por autonomia”, observou.

“Muitos idosos ainda saudáveis e ativos preferem, muitas vezes, morar sozinhos, manter sua rotina, preservar sua independência. Por outro lado, há também situações em que isso ocorre por circunstâncias menos favoráveis, como afastamento de filhos – que às vezes migraram para outras cidades –, redução do tamanho das famílias e casos mais críticos, como abandono de suporte familiar adequado”, complementou.

Ao investigar o arranjo domiciliar, o IBGE caracteriza as unidades domésticas – conjunto de pessoas que vivem em um domicílio particular – das seguintes formas:Unipessoal: com apenas um morador
Nuclear: aqueles em que mora um único núcleo formado pelo casal, com ou sem filhos (inclusive adotivos e de criação) ou enteados. São também nucleares as unidades domésticas compostas por mãe com filhos ou pai com filhos, chamadas monoparentais
Estendida: quando, além da família nuclear, existe a presença de algum outro parente, como neto(a), avô ou avó, genro ou nora
Composta: quando há a presença de algum não parente, como agregado, convivente ou pensionista
DOMICÍLIOS UNIPESSOAIS NO BRASIL E NO CEARÁ

Em 2024, 18,6% das unidades domésticas registradas no País eram unipessoais, ou seja, compostas apenas por um morador. Em relação a 2012, o crescimento foi de 6,4 p.p. – naquele ano, esses arranjos representavam 12,2%.

O arranjo domiciliar unipessoal não é mais comum no Brasil. O mais frequente é o nuclear, que, em 2024, correspondeu a 65,7% do total, percentual inferior ao verificado em 2012 (68,4%).

Apesar da leve redução entre 2023 e 2024, o número moradores únicos nas residências cearenses cresceu 137,44 p.p. desde 2012. Naquele ano, 219 mil pessoas viviam dessa maneira.

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Idosos são 41% da população que mora sozinha no Ceará, mostra IBGE Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) de 2024 BLOG DO CARLOS DEHON Rating: 5 domingo, 24 de agosto de 2025

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