Câmara recusa taxação aos ricos, bancos e bets: texto perde a validade



LULA CLASSIFICA COMO “DERROTA AO POVO BRASILEIRO”
A votação da Medida Provisória que taxaria rendimentos de aplicações financeiras e apostas esportivas e compensaria a revogação de decreto que previa o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) foi suspensa na Câmara dos Deputados.

A MP precisava ser aprovada até esta quarta-feira (8) para não perder a validade. Como foi retirada da pauta, o texto caducou. Foram 251 votos favoráveis e 193 contrários ao pedido de retirada, apresentado pela oposição.

Antes da decisão, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cobrou que o Congresso cumprisse o acordo firmado com o governo federal para aprovação da MP. Ele disse que o governo manteve diálogo com os parlamentares e que fez concessões. No entanto, os partidos do centrão vinham se posicionando contra a medida.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também havia cobrado a aprovação do projeto nas casas legislativas. Após a retirada da pauta, o petista disse que a decisão “não é uma derrota imposta ao governo, mas ao povo brasileiro”.

ENTENDA
A versão original da MP propunha a taxação de bilionários, bancos e bets como forma de aumentar a arrecadação para os cofres públicos. A previsão inicial era arrecadar cerca de R$ 10,5 bilhões em 2025 e R$ 21 bilhões em 2026. Com as negociações, a projeção caiu para R$ 17 bilhões.

Os recursos iriam para o Orçamento como forma de cumprimento da meta de superávit. A proposta de Orçamento de 2026 tem meta de superávit de R$ 34,3 bilhões. Com a não aprovação da MP, o governo deve fazer um novo bloqueio nas despesas de 2025, incluindo emendas parlamentares. A perda na arrecadação estimada é de R$ 35 bilhões em 2026.

(Foto: Lula Marques)

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