O diretor substituto da Amazônia e Meio Ambiente da Polícia Federal, Renato Madsen Arruda, destacou nesta terça-feira (7/10) que a prioridade do órgão é atingir financeiramente as estruturas do crime organizado envolvidas na mineração ilegal, especialmente na Amazônia. A afirmação foi feita durante o evento Controles sobre o uso de mercúrio e o futuro da extração do ouro, realizado pelo Correio Braziliense, em parceria com o Instituto Escolhas.
“O crime organizado só vai sentir a presença estatal quando o bolso dele for atacado”, afirmou Madsen. Segundo ele, o foco da Polícia Federal tem sido identificar e descapitalizar os verdadeiros beneficiários do garimpo ilegal, e não apenas os trabalhadores que atuam nas frentes de extração.
“Não é com aquele garimpeiro, aquele trabalhador braçal que essa riqueza está sendo acumulada. Há outros atores que estão financiando, vendendo e prestando serviços para essa atividade ilegal”, explicou.
O diretor da PF também ressaltou que a atividade de mineração em si não deve ser criminalizada, reconhecendo sua importância econômica e social para o país. “A mineração é muito importante para o Brasil, traz divisas e desenvolvimento. O problema está no processo de produção, que ainda consome mercúrio de forma não sustentável, principalmente na Amazônia brasileira”, observou.
Madsen destacou os avanços recentes nas ações de repressão ambiental, especialmente a partir de 2023, com uma nova coordenação entre órgãos federais e estaduais. Ele lembrou que a atuação policial é apenas uma parte da resposta estatal e que a conscientização da sociedade e dos agentes econômicos é essencial. “A repressão vem depois de ações sociais e estatais que não deram certo. O ideal é que o crime nem aconteça”, disse.
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