A interferência do crime organizado nas eleições municipais de Santa Quitéria, no interior do Ceará, envolveu o fornecimento de drogas para comprar votos. As ações eram realizadas por representantes do Comando Vermelho em favor do prefeito José Braga Barroso (PSB), conhecido como Braguinha. As informações constam em documentos da investigação do caso, feitas pela polícia e pelo Ministério Público. O prefeito foi preso por se associar à facção (veja detalhes abaixo).
As investigações apontam ainda que eleitores foram ameaçados pela facção criminosa a não votar no candidato opositor, Tomás Figueiredo (MDB). O g1 tenta contato com defesa de Braguinha para comentar o caso, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Dentre as ações cometidas durante as eleições de 2024, um dos traficantes da facção ordenou publicações nas redes sociais para “conseguir o apoio dos viciados em drogas”, informando que drogas seriam usados para comprar os votos destas pessoas.
Conforme as investigações, o traficante conhecido como Rikelme e outros criminosos, conhecidos como "Da30" e Tyson, concordaram em fazer a compra de votos com drogas nos três dias anteriores ao dia das eleições.
Rikelme é apontado como o braço-direito de ‘Paulinho Maluco’, descrito como líder do Comando Vermelho no sertão central do Ceará, com uma vasta ficha de antecedentes criminais por tráfico de drogas e homicídios.
"Paulinho Maluco" é um dos nomes atribuídos ao traficante Anastácio Paiva Pereira, conhecido como Doze ou Paizão, que estava escondido na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro.
As ações a favor de Braguinha teriam sido autorizadas por Anastácio, que chegou a enviar Rikelme para coordenar a operação no município.
A defesa de Braguinha e de José Gardel afirmou que vai recorrer da decisão. "A defesa deverá recorrer da decisão, confiante na inexistência de abuso de poder por parte de José Braga Barroso e Francisco Gardel , e espera a disponibilização do acórdão para decidir qual será o melhor encaminhamento a ser dado ao processo", disse o advogado Fernandes Neto.
(*) G1 CEARÁ
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