Jornalistas escrevem que há "quadrilha de militares na corrupção da vacina"

Jornalistas analisam a nota das Forças Armadas com ameaças à CPI da Covid e ao Congresso e apontam a participação de militares do governo Bolsonaro, marcada pelas suspeitas de corrupção. Há um consenso entre os jornalistas de que há uma "quadrilha" integrada por oficiais do Exército.
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247 - Em artigos publicados nas últimas horas, depois da nota das Forças Armadas com ameaças à CPI da Covid e ao Congresso, jornalistas analisam a participação de militares no governo de Jair Bolsonaro e apontam que a gestão dos oficiais no Ministério da Saúde, em especial no combate à pandemia, é marcada por esquemas de corrupção.

O escândalo no Ministério da Saúde envolve, entre outros militares, o ex-ministro Eduardo Pazuello e o secretário executivo da pasta, coronel Élcio Franco.

“O ex-secretário-executivo coronel Élcio Franco — aquele que usa o broche de uma caveira esfaqueada — estava no lado oposto ao de Ricardo Dias. Enquanto brasileiros morriam, vacina passara a ser uma moeda de troca numa disputa de poder", escreveu a jornalista Miriam Leitão, em sua coluna desta quinta-feira.

Já a jornalista Tereza Cruvinel questiona: “A nota [dos militares] termina dizendo que as Forças Armadas "não aceitarão qualquer ataque leviano às instituições que defendem a democracia e a liberdade do povo brasileiro". E o que farão se ficar provado que alguns dos seus, ativos ou da reserva, participaram do esquema de corrupção que vai sendo desvendado no Ministério da Saúde? Vão fechar o Congresso ou dar uma prova de republicanismo, pregando a punição de todos, inclusive dos seus?”.

Na visão da jornalista Cynara Menezes, “Quem enlameou as Forças Armadas foram os militares que se uniram ao governo sujo de Jair”. “Defesa, que nada fez contra a militarização da Saúde, agora ameaça o país por não aceitar investigação de corrupção sobre os seus”, acrescenta.

O articulista Jeferson Miola faz um alerta em artigo. “Se não tiver uma reação contundente dos civis, os militares interpretarão isso ou [1] como consentimento/indiferença passiva; ou como [2] medo do poder fardado. Em quaisquer dessas hipóteses, o governo militar não hesitará em escalar novos degraus rumo a um regime fascista-militar”.

O jornalista Merval Pereira, do Globo, dedicou sua coluna desta quinta-feira ao tema da corrupção militar no governo de Jair Bolsonaro. "Como uma pessoa como o cabo Dominguetti, que não sabe se expressar, escreve português errado, está à frente de um negócio de R$ 1,5 bilhão? A troco de que ele tem acesso ao segundo na hierarquia do Ministério da Saúde?", questiona.

Leandro Demori, jornalista do site The Intercept Brasil, aponta a “parcela de ladrões no governo". "Tem 6.000 militares no governo. Muitos nas altas bocas de cargos de diretoria. Muitos em ministérios. Entre eles, como está ficando cada vez mais claro, há uma parcela de LADRÕES. As Forças Armadas podem lidar com isso como desejarem, até mesmo com mimimi”.
Sua referência é ao frustrado atentado militar do Riocentro que teve um inquérito do Exército que terminou dizendo que os culpados eram os alvos do atentado. O atentado, perpetrado por setores do Exército Brasileiro insatisfeitos com a abertura democrática que vinha sendo feita pelo regime em 1981, ajudou a apressar a redemocratização do país, completada quatro anos depois, com a primeira eleição presidencial realizada no Brasil em vinte e quatro anos.


As bombas, levadas ao complexo num carro esportivo civil Puma GTE, seriam plantadas no pavilhão pelo sargento Guilherme Pereira do Rosário e pelo capitão Wilson Dias Machado. Com o evento já em andamento, uma das bombas explodiu prematuramente dentro do carro onde estavam os dois militares, no estacionamento do Riocentro, matando o sargento e ferindo gravemente o capitão Machado.



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