Ação contra Ciro e Cid vale vaga de desembargador federal e faz aceno de agrado a Bolsonaro, para a disputa de 2022

 16/12/2021 > QUINTA-FEIRA



É impossível não associar a decisão do juiz Danilo Dias Azevedo da 32ª Vara Federal, a dois processos políticos em curso: a eleição de 2022 e a nomeação, pelo presidente Bolsonaro, de 75 magistrados a cargos em tribunais superiores, o que deve ocorrer nos próximos dias. Em nota, os deputados cearenses se solidarizaram com Ciro e Cid Gomes, que receberam a vista de policiais federais em busca de documentos. Os parlamentares denunciam que a Constituição foi rasgada, ao ser expedida ordem contra um senador, sem passar pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e contra Ciro, por nem ser citado no processo e figurar como pré-candidato a presidente da República, com chances de vitória.

Ciro foi ao ponto. Acusou o presidente Bolsonaro de estar envolvido na ação, que visa lhe desqualificar. O ex-ministro tem dito que Bolsonaro é “ladrão, genocida, assassino e desumano”. Fazendo as contas, a ação autorizada pelo juiz da Vara Federal no Ceará custou mais do que a suposta propina de R$ 10 milhões distribuída, segundo o juiz, a aliados dos Ferreira Gomes. Foram 80 policiais espalhados pelo Brasil, usando aviões, viaturas, recebendo horas extras e alimentação para um processo investigatório. Os deputados trataram o caso como “crime eleitoral e abuso de poder” por parte do presidente Bolsonaro, minimizando papel do juiz Danilo Dias Azevedo.

Na leitura da nota de Ciro, fica claro que ele notou o constrangimento dos policiais. “Até os números do prédio e do apartamento estavam errados no

mandado, mas acolhi e recebi porque vi incompreensão. Sou decente, limpo”, disse Ciro, muito calmo.

O governador do Ceará, Camilo Santana, minimizou o ato e ironizou, ao afirmar que a investigação é de “dez anos atrás”. Na mesma linha, foram o ex-prefeito Roberto Cláudio e o presidente da Assembleia, Evandro Leitão.

A disputa eleitoral será a mais acirrada. A polícia federal sendo usada para desgastar homens públicos não é uma estratégia nova. A própria esquerda se valeu dessa tática.

Nos tempos da Lava Jato, o juiz Sérgio Moro e o procurador Deltan Dalanghol se divertiam, às sextas-feiras, com operações nas residências dos maiores empresários do país e das lideranças destacadas no cenário político. Nas segundas-feiras, vinham as prisões. Carcereiro popular, Moro deixou filhotes no Ministério Público e no Judiciário. Eles só não aprenderam a lição na qual o País tem o STF, que pode até ser uma Corte de indicados, mas existe na Constituição.

(*) RM

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