A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos filiados decidiram terminar 2021 em estado de greve nacional. O protesto dos trabalhadores é contra as ameaças que o governo Bolsonaro (PL) vem fazendo a respeito de um possível projeto de privatização da Petrobras.
A medida foi aprovada por ampla maioria da categoria petroleira, nas assembleias realizadas até esta quarta-feira (22), em todo o Brasil.
Bolsonaro chegou a declarar à imprensa que o projeto está sendo construído em parceria com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
“Isso significa que, caso o presidente Jair Bolsonaro tenha a audácia de apresentar no Congresso Nacional o projeto de lei que prevê a venda da estatal, a realização de uma das mais fortes greves da história do setor já está sinalizada”, declara Deyvid Bacelar, coordenador-geral da FUP.
Bacelar assegura que a FUP e seus sindicatos jamais vão aceitar calados o projeto de privatização. “A Petrobras está sendo esquartejada e, enquanto isso, o povo ainda paga preços exorbitantes pelos combustíveis”, destaca.
O sindicalista ressalta que, no dia 30 de novembro, a Petrobras concluiu a venda da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, para o fundo Mubadala, por US$ 1,65 bilhão, “valor cerca de 50% inferior em comparação com os cálculos estimados pelo Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep)”.
Em 2021, também foram assinados contratos para venda da Refinaria Isaac Sabbá (Reman), no Amazonas, e da Unidade de Industrialização do Xisto (SIX), no Paraná.
“Vamos responder à altura e faremos de tudo para proteger os ativos que ainda pertencem à estatal”, acrescenta Bacelar.
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