Bolsonaro vai ao ataque, para evitar que Sérgio Moro ou Ciro tirem seu lugar no segundo turno

Na política, quem está atrás “atira”, ataca em quem está na frente das pesquisas de intenção de votos. Também, tem o ataque para evitar que um adversário forte, que abraça seu lugar, cresça e ultrapasse. O presidente Bolsonaro está vivenciando esse momento, a pouco mais de 10 meses da eleição. O presidente está encharcando Ciro Gomes e Sérgio Moro no seu retrovisor. Moro é o que mais o apavora porque tira seu eleitor e, ainda, atrai o conservador que votou em Bolsonaro, por rejeitar o candidato do PT em 2018, Fernando Haddad. Agora, tudo leva a crer que será o ex-presidente Lula.

“Moro é um mentiroso deslavado”, atacou Bolsonaro, ao comentar a declaração do ex-ministro, segundo a qual o presidente vibrou com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de mandar soltar o ex-presidente Lula, achando que se beneficiaria politicamente. “Moro não aguenta 10 segundos de debate”, disse o presidente, comentando o slogan de Sérgio Moro “Povo acima de tudo”. “Ele copiou meu slogan”, disse o presidente. Em outro momento, Bolsonaro comentou a fala do ex-ministra, na qual ele diz que poderia ter segurado mais o presidente nas portarias liberando armamentos. Bolsonaro disse que Moro “é de esquerda, deveria ter falado comigo. Como me peitar se sou armamentista?”. Os filhos do presidente estão com a mesma linguagem nos ataques a Sérgio Moro e nas redes sociais. É um massacre contra o ex-juiz da Lava-Jato.

Os grandes partidos, que tiveram figurões fisgados em corrupção, durante a Operação Lava-Jato, silenciaram, preferindo deixar o presidente e seus filhos falando sozinhos. Simplesmente, não sinalizam qualquer aproximação com Moro. É a forma de isolá-lo politicamente e conter seu crescimento.

Assistindo de camarote o capítulo de ataques e farpas entre Moro e Bolsonaro, Ciro Gomes aproveitou para lançar, nas redes sociais, seu plano para reduzir os preços dos combustíveis. “Vou fazer da Petrobras a maior empresa do setor. Vamos além do petróleo e acabar com o preço dolarizado dos combustíveis”, diz Ciro, atacando o problema que mais aflige os brasileiros no momento: a carestia por conta do alto custo dos transportes. Ciro e Moro aparecem tecnicamente empatados nas pesquisas eleitorais, onde Lula lidera, com folga, e Bolsonaro vai despencando.

O cenário para a sucessão presidencial ainda está no forno, deve aquecer após o réveillon, com a definição de candidaturas de partidos de centro e as possíveis alianças. O PRB, partido que abriga pastores e grande parte da bancada evangélica, analisa desembarcar da candidatura Bolsonaro, para abraçar Sérgio Moro. O vice presidente Hamilton Mourão já sinalizou seu apoio ao ex-chefe da Lava-Jato. Seráandatos de deputado em 2022. Reuniu todos, em seu gabinete, e prometeu conseguir um partido ou formar uma federação de legendas. A ideia é abrigar lideranças com 25 mil eleitores. O Cônsul do Povo só tem 25 mil votos? Olho vivo, presidente! O grupo volta a se reunir em janeiro.

(*) RM

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