Francisco Alberto Nobre Calixto Filho foi interrogado nesta terça-feira, 7, durante o julgamento do crime de feminicídio que vitimou Stefhani Brito Cruz em janeiro de 2018. Ele tentou atribuir à vítima uma suposta traição, como forma de responsabilizar a própria vítima. De acordo com o promotor de Justiça Marcus Renan, Stefhani nunca traiu Alberto. O 1º Tribunal Popular do Júri de Fortaleza julga o caso desde a manhã.
"Traição, ressalte-se, que nunca houve. Stefhani sempre foi fiel a ele. Ele é que tinha muito ciúme dela", comentou. Segundo a mãe de a vítima, dona Rosilene Brito, Alberto e a irmã estão mentindo no julgamento. "É mentira por cima de mentira".
"Senti uma amargura dentro de mim", disse o réu durante o interrogatório. Alberto foi indagado sobre o dia do crime e relatou que confrontou Stefhani sobre uma troca de mensagens dela com outra pessoa. Ele disse que fazia tudo pela jovem e provia o sustento da casa.
Nesta terça-feira, 7, a irmã de Alberto também foi ouvida como testemunha de defesa e afirmou que ele agiu por emoção ao saber de suposta traição de Stefhani, na virada de ano.
Segundo o promotor de Justiça Marcus Renan Palácio, não houve traição no Réveillon. Alberto ainda disse, no interrogatório, que "a culpa foi dos dois", ou seja, da vítima e dele. "Esse argumento, para além de pífio, revela um narcisismo e um machismo sem precedentes, inaceitáveis, pois", rebateu o promotor.
O Ministério Público do Ceará (MPCE) denunciou Alberto por homicídio com quatro qualificadoras — meio cruel, motivo torpe, impossibilidade de defesa da vítima e feminicídio. Na manhã desta terça-feira, 7, muitos grupos se reuniram na frente do fórum para protestar em defesa das mulheres .
(*) O POVO
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