27/02/2022 <> DOMINGO
Atualizado ás 14:01
O presidente Volodymyr Zelensky, da Ucrânia, disse neste domingo (27) que concordou em conversar com a Rússia e o encontro foi marcado na fronteira com Belarus, perto de Chernobyl. No início da tarde, um assessor do ministro do Interior da Ucrânia disse que as negociações já tinham começado.
A decisão foi tomada após mediação do presidente bielorrusso Alexander Lukashenko. O anúncio ocorreu no mesmo período do dia em que o presidente russo, Vladimir Putin, deu ordem para que o comando militar de seu país coloque as armas nucleares de represália em posição de alerta grave.
"A delegação ucraniana se reunirá com a [delegação] russa sem estabelecer condições prévias na fronteira ucraniana-bielorrussa, na região do rio Pripyat", disse a presidência nas redes sociais.
Mais cedo, Putin acusou a Ucrânia de não "aproveitar a oportunidade" para negociações que deseja impor em Belarus, país de onde a Rússia lançou parte de sua invasão.
Não há informações sobre data e horário do encontro de negociação.
O grupo que irá negociar inclui representantes dos ministérios da Defesa e de Relações Internacionais, além de membros do gabinete de Putin.
Os ucranianos haviam se recusado a participar do encontro porque Belarus não é um território neutro — tropas russas partiram da Belarus para invadir a Ucrânia. O país, inclusive, desempenhou uma papel fundamental na invasão em território ucraniano. Por isso, o governo americano de Joe Biden sancionou nove empresas de defesa bielorrussas por seu apoio à invasão.
Negociação sobre local do encontro
Volodymyr Zelensky, presidente ucraniano, afirmou que está aberto a conversas, desde que elas aconteçam em um país que não tenha participado das agressões à Ucrânia.
Depois disso, o líder da Belarus, Alexander Lukashenko, conversou com o presidente Zelensky, e teria sido convencido a mandar representantes para falar com os russos.
Lukashenko afirmou que, durante o período de deslocamento e conversas com a delegação ucraniana, todos os aviões, helicópteros e mísseis que estão no território bielorrusso permanecerão no chão.
Em 2015, autoridades ucranianas e russas se reuniram na capital da Belarus, Minsk, para elaborar os Acordos de Minsk, que incluíam um cessar-fogo em duas áreas da Ucrânia tomadas por separatistas pró-Rússia.
Novo negociador: intervenção de Israel
Em um anúncio sem relação direta com o encontro na fronteira, o primeiro-ministro Naftali Bennett se ofereceu para intermediar o fim das hostilidades da Rússia em território ucraniano neste domingo em uma conversa com o presidente Vladimir Putin.
(*) g1 MUNDO
www.carlosdehon.com
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