Caldeirão da Santa Cruz do Deserto torna-se parque estadual; outras 4 unidades de conservação estão em processo de criação, no Cariri O sítio Caldeirão representa uma das áreas de maior interesse patrimonial no contexto histórico-cultural cearense.



A região do Cariri ganhou um novo parque estadual no Crato, no Ceará. É o Caldeirão da Santa Cruz do Deserto, um espaço com mais de 7 mil metros. Ele fica localizado na encosta da Chapada do Araripe, a cerca de 20 km da sede do município.

A governadora do estado Izolda Cela assinou o decreto de criação na última terça-feira (13). O sítio Caldeirão representa uma das áreas de maior interesse patrimonial no contexto histórico-cultural cearense.

A região foi cenário de uma experiência comunitária fundamentada na autogestão e na religiosidade popular com uma produção voltada para a agricultura e a pecuária entre 1928 e 1937. Um trabalho de subsistência, liderado por José Lourenço Gomes da Silva, o beato José Lourenço. Segundo historiadores, ele criou o espaço após o Padre Cícero ceder o terreno. No local foi estabelecida uma espécie de reforma agrária.

Em 1937, já após a morte de Padre Cícero, forças do Exército Brasileiro bombardearam a comunidade. Anualmente, centenas de católicos madrugam para comparecer à romaria do Caldeirão da Santa Cruz, como forma de resgatar a história do beato paraibano e de lembrar das vítimas que morreram no local.

Com a criação do parque, o objetivo é proteger o patrimônio natural e cultural. "O intuito é garantir a salvaguarda do patrimônio sócio-histórico e também natural. Mas também a melhoria da infraestrutura, como o acesso e a permanência das pessoas no parque estadual. Agora tudo passa a ser responsabilidade do estado, em diálogo institucional com a prefeitura do Crato, para ter uma cessão de doação desse espaço", explica o coordenador da equipe da Universidade Regional do Cariri, Edmar Pinheiro.

"A história do Caldeirão é passível de aprofundamento, e com a criação do parque vai garantir a realização de estudos mais aprofundados nessa área e mais ações do poder público. O Ceará e o Nordeste não podem esquecer o que aconteceu no Caldeirão", diz Edmar Pinheiro.

A partir da criação, em até 5 anos o estado deve garantir o plano de manejo. Nessa etapa entram outros profissionais, como antropólogos, historiadores que vão ampliar o processo sócio-histórico e natural da área.

Além do caldeirão da Santa Cruz do Deserto, outras unidades de conservação estão sendo criadas no Sul do estado. Entre elas: a estátua de Santo Antônio, que fica em Barbalha, e o Vale dos Buritis, na zona rural de Santana do Cariri.




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Caldeirão da Santa Cruz do Deserto torna-se parque estadual; outras 4 unidades de conservação estão em processo de criação, no Cariri O sítio Caldeirão representa uma das áreas de maior interesse patrimonial no contexto histórico-cultural cearense. BLOG DO CARLOS DEHON Rating: 5 domingo, 18 de dezembro de 2022

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