Grupos que se identificam com Lula (PT) e Bolsonaro (PL) somam 70% da população; desgaste do governo e julgamento no STF não mudam a dinâmica da polarização
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O que importa
Pela primeira vez desde o início da série histórica do Datafolha, os brasileiros que se dizem bolsonaristas (35%) empatam numericamente com os que se identificam com o PT de Lula (35%).
O cenário marca o auge da polarização desde 2022 e acende um alerta no Planalto, que vê sua base social perder força em meio ao desgaste do governo.
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Petistas: caem de 39% (abril) para 35% — menor patamar desde o início da série.
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Bolsonaristas: sobem de 31% para 35% — maior índice registrado.
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Neutros (nota 3 na escala): permanecem estáveis em 20%.
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Nem um, nem outro: 7%.
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Não souberam responder: 2%.
Petistas + bolsonaristas = 70% da população, refletindo uma sociedade rigidamente polarizada.
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• A queda dos petistas acompanha a curva de desgaste do governo.
• Na semana passada, o mesmo Datafolha mostrou 40% de reprovação e 28% de aprovação para Lula — seu pior resultado nos três mandatos.
• A comunicação do governo segue sem rumo. O ministro Sidônio Palmeira, há cinco meses na Secom, não conseguiu criar uma marca para a gestão.
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• O ex-presidente enfrenta julgamento no STF por tentativa de golpe em 2022.
• Mesmo assim, sua base não só se mantém — como cresceu.
• Nem os interrogatórios televisionados conduzidos por Alexandre de Moraes frearam a ascensão dos bolsonaristas.
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Realizada em 10 e 11 de junho, durante e após o interrogatório de Bolsonaro.
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136 municípios em todas as regiões do país.
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2.004 entrevistados presencialmente.
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Margem de erro: 2 pontos percentuais.
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• O empate ocorre no limite superior da margem de erro, o que sugere um movimento real — não uma simples oscilação estatística.
• A vantagem petista, que já foi de 10 pontos (março de 2023 e março de 2024), simplesmente evaporou em 2025.
• A polarização se consolida como estrutura permanente da política brasileira, e não como efeito eleitoral passageiro.
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