As ofensivas de Israel e mais recentemente dos Estados Unidos ao Irã tem como principal objetivo destruir a instalação nuclear de Fordow, localizada próximo à cidade de Qom.
A instalação é um local de enriquecimento de urânio e é considerada um dos empreendimentos mais seguros do programa nuclear iraniano.
A sua localização é estratégica: a planta foi construída no interior de uma montanha, a uma profundidade de cerca de 90 metros. O objetivo era evitar exposição a ataques aéreos militares.
O empreendimento tem um amplo perímetro de segurança para impedir a aproximação de pessoas não autorizadas.
Fordow tem a capacidade de operar com 3.000 centrífugas de enriquecimento de urânio, segundo a Agência Internacional de Energia Atômica.
A usina atingiria graus mais puros do elemento químico, que seria supostamente utilizado para o Irã produzir armas nucleares.
Alegando que as forças iranianas estão próximas de chegar a uma bomba nuclear, Israel atacou instalações do país persa em 13 de junho.
Já em seu décimo dia, o conflito escalou para ataques devastadores e já tem mais de 400 mortes do lado iraniano e 25 do lado israelense. Israel já atingiu cinco instalações nucleares do adversário.
EUA ATACA INSTALAÇÕES DO IRÃ
Na noite deste sábado (21), os Estados Unidos entraram diretamente no conflito e atacaram três instalações nucleares do Irã, incluindo a usina subterrânea de Fordow.
A participação dos EUA era esperada por Israel porque o exército norte-americano tem bombas capazes de penetrar abaixo da superfície, destruindo as instalações.
Segundo o presidente estadunidense Donald Trump, o ataque 'bem-sucedido' destruiu totalmente as principais instalações iranianas. Ele ameaçou novos ataques caso Teerã opte por retaliar.
As autoridades iranianas disseram que não há perigo para os moradores da cidade de Qom.
Além de Fordow, foram atacadas as instalações de Natanz e Isfahan. O secretário-geral da ONU, António Guterres, expressou preocupação com uma "escalada perigosa" e pediu para evitar "uma espiral de caos".
RISCO DE ESCALADA
Israel lançou um amplo ataque contra centenas de instalações militares e nucleares iranianas em 13 de junho, matando autoridades de alto escalão e cientistas nucleares do país.
Desde então, tem atacado diariamente o Irã, que respondeu com drones e mísseis balísticos contra o território israelense, a maioria deles interceptados pelos sistemas de defesa.
O Irã havia ameaçado retaliar os interesses americanos no Oriente Médio se os Estados Unidos interviessem diretamente.
Os aliados houthis do Irã no Iêmen ameaçaram retomar os ataques a navios americanos no Mar Vermelho se Washington se juntasse à guerra, apesar de um recente acordo de cessar-fogo.
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, afirmou que os Estados Unidos ultrapassaram uma 'linha vermelha grande' e avalia as possibilidades de respostas.
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