Conhecido como “rei do ovo”, o empresário Ricardo Faria, em entrevista concedida à Folha de S.Paulo, fez críticas ao Bolsa Família, à alta carga tributária, à legislação trabalhista e à polarização política no Brasil. Listado como um dos mais ricos do país, Faria controla a Global Eggs, empresa com sede em Luxemburgo que detém a Granja Faria no Brasil, o Grupo Hevo na Espanha e a Hillandale Farms, uma das maiores fornecedoras de ovos dos Estados Unidos.
Com uma produção anual de 13 bilhões de ovos, o empresário quer focou, na entrevista, nas dificuldades do País que ele considera mais urgentes, como a falta de investimento em infraestrutura e a pesada tributação. Na avaliação de Faria, há dificuldade em contratar novos empregados no Brasil, pois o Bolsa Família “viciou” parte da população, dificultando a capacitação da mão de obra. “Não temos nem a chance de trazer essas pessoas para treinar e conseguir dar uma vida melhor, porque elas estão presas no programa”, disse ele ao jornal.
Ainda de acordo com Faria, o modelo trabalhista vigente também afasta o interesse de muitos jovens pelo emprego formal. “Eles não querem mais ter essa relação trabalhista, uma carteira assinada, e ter que ir todo dia para o mesmo lugar. Isso porque o Estado tutela demais. Não é como antigamente, que o trabalhador entrava numa empresa e passava 25 anos ali.”
Com posições liberais na economia, Faria revela que não consegue se afastar da política. Ele é um doador recorrente de campanhas de candidatos de direita, como o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), nas eleições de 2022.
Faria comparou o próprio negócio no Brasil a remar rio acima, tentando vencer a árvore caída e o jacaré pelo caminho. “Operar no Brasil é comprar uma canoa, pegar o remo e começar a remar rio acima. É uma árvore caída e daqui a pouco você vê uma cobra, um jacaré. Isso é tocar o negócio do Brasil”.
(*) Correio Braziliense
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