Um estudante universitário de 27 anos foi preso nesta quarta-feira (11) no município de Aracoiaba, interior do Ceará, sob a acusação de extorquir mulheres e comercializar imagens íntimas das vítimas em plataformas como OnlyFans e sites de conteúdo pornográfico. Lucas Faustino Araújo, que cursava o último semestre de Ciências da Computação, acumulava mais de 40 mil arquivos íntimos em seu computador.Segundo informações da Polícia Civil, Lucas atuava com um método calculado: criava perfis falsos nas redes sociais, sempre se passando por mulher, para conquistar a confiança de outras mulheres. A partir dessa relação virtual, ele persuadia as vítimas a enviarem fotos íntimas. Com o material em mãos, o universitário iniciava um processo de chantagem emocional e sexual, exigindo mais conteúdo sob ameaça de exposição.
De acordo com as investigações, Lucas lucrou com a exposição das imagens ao criar perfis falsos nas plataformas de venda de conteúdo adulto, onde publicava o material das vítimas. Estima-se que pelo menos 15 mulheres tenham sido diretamente lesadas por ele, mas a polícia acredita que o número possa ser maior, considerando a quantidade de arquivos encontrados.
As investigações se estendiam desde 2021, ano em que a primeira vítima registrou um Boletim de Ocorrência relatando a divulgação de suas fotos em sites pornográficos. O caso voltou a avançar nas últimas semanas, quando essa mesma mulher voltou a ser ameaçada. O suspeito dizia que espalharia o conteúdo íntimo nos círculos sociais dela, incluindo a igreja que frequenta e sua faculdade.
A prisão de Lucas reacende o debate sobre crimes digitais, especialmente os relacionados à violência de gênero virtual e à pornografia de vingança. Especialistas alertam para a necessidade de ampliar políticas públicas voltadas à proteção das mulheres na internet e fortalecer os mecanismos legais de investigação cibernética.
Mulheres vítimas de crimes virtuais, como extorsão, ameaças ou exposição de imagens íntimas, podem procurar delegacias especializadas ou registrar denúncia pela Central de Atendimento à Mulher, no número 180. Em casos com indícios de crime cibernético, a Polícia Civil orienta o registro em delegacias especializadas em crimes digitais.
(*) Pinheirinho.Net
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