O NOVO INIMIGO DO COMBATE AO TABAGISMO
Apesar de a venda de cigarros eletrônicos ser proibida no Brasil desde 2009, um em cada nove adolescentes já usou o vape, como é popularmente conhecido o dispositivo criado como alternativa ao cigarro convencional.
O dado foi revelado por uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), parte do Terceiro Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad 3), realizado entre 2022 e 2024 com cerca de 16 mil pessoas com 14 anos ou mais, em todas as regiões do país.
Segundo o estudo, o número de jovens que usam cigarro eletrônico é cinco vezes maior que o de fumantes de cigarro tradicional.
A coordenadora da pesquisa, professora Clarice Madruga, alerta para os riscos à saúde, destacando que a exposição à nicotina e a outras substâncias tóxicas é ainda maior nos dispositivos eletrônicos. Ela também lamenta o retrocesso no combate ao tabagismo, após décadas de avanços com políticas públicas iniciadas nos anos 1990.
“O consumo entre adolescentes está muito acima do que víamos antes e, pior, de forma quase invisível”, afirma Clarice. Os participantes que relataram o uso foram orientados a buscar tratamento no Hospital São Paulo e no Centro de Atenção Integral em Saúde Mental da Unifesp.
PROIBIÇÃO
No Brasil, a venda, importação e publicidade de cigarros eletrônicos, seja para fumar ou para suplementação de vitaminas, é proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
De acordo com o órgão, o vaper traz riscos para a saúde, devido a presença da nicotina. Estudos científicos mostraram que trocar o cigarro comum pelo dispositivo eletrônico não é eficaz no combate ao tabagismo, pois o cigarro eletrônico também causa dependência.
Embora a venda seja proibida no Brasil, a facilidade de acesso pela internet tem impulsionado o consumo.
Nenhum comentário: