Ceará amplia geração de energia eólica em 205,8 MW neste ano e alcança 4º melhor resultado do Brasil


Hoje, o Estado conta com 94
empreendimentos ligados à
energia eólica, segundo a Aneel
(Foto: Edimar Soares)
Ceará aparece cada vez com mais destaque no cenário da geração de energia elétrica do País, especialmente a partir das centrais eólicas. De acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Estado foi um dos que mais colaboraram para o crescimento desse tipo de energia no Brasil neste ano, com 205,8 megawatts (MW) acrescidos ao sistema, no primeiro semestre deste ano.

Conforme a Aneel, o Ceará tem hoje (dados do início de julho) 143 empreendimentos de geração de energia elétrica, com um total de 4.772,76 MW de potência outorgada. A principal fonte são as usinas eólicas, que respondem por 94 empreendimentos, com 2.394,64 MW de potência (50,17% do total gerado pelo Estado).

“O Ceará encontra-se em um processo de retomada na atração de investimentos em geração eólica onshore (em terra). Graças ao trabalho iniciado a partir de 2015, com a Rota Estratégica de Energia da Fiec, com grande participação de especialistas do setor, dos empresários com a participação diligente do Sindienergia-CE, e também com o trabalho bem coordenado pelos órgãos do Governo do Estado, como a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, os resultados começam a aparecer com mais intensidade”, avalia Joaquim Rolim, coordenador do Núcleo de Energia da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec).

Destaque nacional

A Aneel informa que o desempenho do Ceará na geração de energia eólica, para 2021, “é um número expressivo, proporcionalmente. Esse montante de 205,8 MW coloca o Estado em 4º lugar no comparativo com outras unidades federativas, em termos de incremento à capacidade instalada de energia eólica, em 2021, até o momento”, detalha a agência. Nesse quesito, estão à frente do Ceará apenas Bahia (495,9 MW), Rio Grande do Norte (337,64 MW) e Piauí (299,1 MW).

Joaquim Rolim explica que diversos fatores impactam na atração de investimentos para o setor de energias renováveis, desde aspectos técnicos, como a intensidade, direcionalidade e constância dos ventos no Estado, até ferramentas de apoio, como o novo Atlas Eólico e Solar do Ceará. O documento foi desenvolvido a partir de um convênio entre o governo estadual, por meio da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), juntamente com Fiec e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Ceará (Sebrae-CE).

“Há também os fatores de infraestrutura, como a disponibilidade de linhas de transmissão de energia, objeto de continuados esforços pela Seinfra, do Governo do Estado. Outro fator relevante é o licenciamento ambiental, que tem a Sema/Semace em busca de melhoria contínua nos processos”, aponta o especialista.

Ele também ressalta a importância da cadeia produtiva bem estabelecida, com fábricas de grande porte no Estado. “E não podemos nos esquecer da qualidade dos recursos humanos, assunto de grande atenção por parte do Senai e de universidades locais. Tudo isso é importante, mas também é preciso um bom ambiente de negócios, fruto de uma governança setorial que vem sendo construída há alguns anos”, reforça Joaquim Rolim.

Outras fontes

Ainda de acordo com a Aneel, o Ceará tem 37 usinas termelétricas, com capacidade de 2.158 MW (45,23% do total), nove empreendimentos de origem solar, com capacidade de 218 MW (4,57%), e dois de geração hídrica (1,263 MW), ou 0,03% do total.

O Brasil concluiu o primeiro semestre de 2021 com 1.787,4 MW acrescidos à matriz energética do País no período, sendo 1.422,9 MW provenientes de empreendimentos de geração eólica – o equivalente a 83% da capacidade de geração instalada desde o início do ano. Somente no mês de junho, a Aneel liberou 407,23 MW para operação comercial, sendo 284,46 MW a partir de usinas eólicas, representando aproximadamente 70% do total do mês.
Hub de Hidrogênio Verde vai impulsionar investimentos no setor nos próximos anos

Já são mais de US$ 18 bilhões de investimentos garantidos no Hub de Hidrogênio Verde, no Ceará, com pelo menos quatro grandes companhias confirmadas (Enegix Energy, Linde/White Martins, Fortescue e Qair Brasil). A reboque desses empreendimentos e do conjunto de aportes que eles vão receber, o setor de geração de energia eólica deve ser um dos mais beneficiados – já que esse tipo de energia é um dos insumos básicos para a produção do hidrogênio verde.

“Com o surgimento desta oportunidade do hub, o Ceará encontra-se em posição privilegiada. Além dos fatores de infraestrutura, o Estado possui enorme potencial para geração de energia offshore (no mar) com produtividades únicas, combinados com o uso da energia solar fotovoltaica, que possui complementaridade diária e sazonal”, analisa Joaquim Rolim. “As atuais capacidades instaladas no Estado para geração eólica (2.400 MW) e solar (440 MW) poderão se multiplicar em um curto espaço de tempo, com grande quantidade de empregos de qualidade”, projeta.

Mercado consumidor para o hidrogênio verde a ser produzido no Ceará não será problema. De acordo com o coordenador do Núcleo de Energia da Fiec, esse combustível é um vetor energético muito demandado no mundo todo, que precisa substancialmente de energia limpa, renovável e a preços competitivos, além de um ambiente receptivo a investimentos. “Tudo isso temos em abundância no Ceará. Temos condições de obter grandes resultados em um curto espaço de tempo, aproveitando o sol e o vento abundantes que a natureza nos propiciou”, reforça Joaquim Rolim.

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