Militar abriu empresa de intermediação antes de jantar para negociação de propina

Marcelo Blanco da Costa, que atua como coronel da reserva

Marcelo Blanco da Costa, que atua como coronel da reserva, teria aberto uma empresa de representação comercial de medicamentos às vésperas do jantar em que um representante Ministério da Saúde teria pedido propina para a compra da vacina Astrazeneca. De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que se apresenta como representante da empresa Davati Medical Supply, teria declarado que Blanco estava no encontro no restaurante Vasto, no dia 25 de fevereiro.

De acordo com Dominguetti Pereira, durante o jantar, Roberto Dias, então diretor de Logística do Ministério da Saúde, teria pedido propina de US$ 1 dólar por dose para que as negociações de compra da vacina avançassem. Blanco era assessor no departamento de logística do ministério na gestão de Dias. Segundo a Folha, três dias antes da reunião, em 22 de fevereiro, Blanco abriu a empresa Valorem Consultoria em Gestão Empresarial, em Brasília.


Entre as atividades econômicas da empresa apresentadas à Receita Federal estão as de representantes comerciais e agentes do comércio de medicamentos, cosméticos e produtos de perfumaria e também de instrumentos e materiais odonto-médico-hospitalares. Além disso, também consta no cadastro ser uma empresa de serviços combinados de escritório e apoio administrativo, atividades de consultoria em gestão empresarial e atividades de intermediação e agenciamento de serviços e negócios em geral, exceto imobiliários.

Em entrevista para a folha, Dominguetti teria declarado que, durante a conversa, Blanco, Dias e um empresário estavam com uma agenda em que anotavam cálculos. "Só sei que eles ficavam com uma agenda anotando, fazendo cálculos, eu olhando aquilo e falei gente do céu, onde eu fui me enfiar?", disse. O empresário disse ainda, que em determinado momento, Blanco foi embora do encontro.

“Eu lembro da data porque o Blanco foi embora, aí ele [Dias] falou: 'Vamos dar uma esticada na noite'. Eu falei não, não vou não, eu tenho que ir embora, vou ver o jogo do São Paulo, que tava jogando. E eu querendo ir embora, né? O Roberto e esse empresário, e eu falei não, não vou não, eu tô com um compromisso e fui embora”, disse.

Nos próximos dias Marcelo Blanco da Costa deve ser chamado para prestar depoimento em sessão da CPI da Covid. Nesta quarta-feira, 30, o Senado aprovou requerimento de convocação.


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