Empresa de criptoativos com escritório em Fortaleza é acusada de dar calote de R$ 774 milhões Fundadores da BraisCompany estão foragidos e advogados da empresa dizem que "não há diretores aptos a responder indagações"

 

A digitalização do mercado financeiro e o surgimento de uma variedade de criptoativos, além de aumentar exponencialmente o leque de oportunidades para investidores, também tem aumentado as possibilidades de golpes.

Nas últimas semanas, uma empresa com filial instalada em Fortaleza vem sendo alvo de acusações e investigações por suposto golpe de pirâmide financeira.
ENTENDA O GOLPE

A BraisCopany é uma empresa paraibana que, segundo o site institucional, é a maior gestora de criptoativos da América Latina, e oferece serviços de soluções em blockchain, gestão de criptoativos e treinamentos.

O suposto golpe seria referente justamente à gestão de criptoativos. Nesse atendimento, a empresa gere "o patrimônio digital dos nossos clientes com segurança, consistência e seriedade", conforme a descrição do site. "Nosso time de traders estão trabalhando constantemente para alcançar os melhores resultados possíveis".

Isso significa que a BraisCompany alugava bitcoins dos clientes, ativos que ficavam na custódia da empresa, que pagava rendimentos de 8% a 10% mensalmente.

No entanto, em meados de 20 de dezembro, esses pagamentos começaram a atrasar e, eventualmente, pararam de acontecer totalmente há cerca de um mês, quando a plataforma de pagamentos aos investidores foi retirada do ar.

Em 7 de fevereiro, o fundador e CEO da companhia realizou live em suas redes sociais para explicar o que estaria provocando a falta de pagamento dos rendimentos. No vídeo, Antonio Neto Ais explica que, em dezembro, a BrasiCompany começou a ter problemas com a Binance, uma corretora de criptomoedas que administra a plataforma que permite transações de ativos.

Segundo o trader, a Binance é a maior exchange do mundo e a folha está acontecendo de forma sistêmica em escala global. "Hoje, a BraisCompany depende de exchanges pra fazer seus pagamentos. O que nós estamos fazendo, como empresa séria, que não some, é continuar contactando a Binance para resolver o problema", afirmou.

Apesar de repetir que os escritórios continuam funcionando normalmente para atender os clientes, a equipe de reportagem tentou ligar para o escritória da empresa na Capital cearense, mas não conseguiu falar com ninguém.

Ainda na live, Antonio promete publicar uma série de prints que comprovem o problema com a Binance, mas a transmissão é a última postagem realizada em seu perfil. Já o perfil oficial da BraisCompany continua realizando publicações regularmente, promovendo a empresa, embora tenha restringido os comentários.

O BraisCopany possui cerca de 10 mil investidores e escritórios em sete cidades do Brasil, incluindo Fortaleza, João Pessoa (PB), Cuité (PB), Campina Grande (PB), Monteiro (PB), Recife (PE) e São Paulo (SP).

Conforme o balanço contábil de 2022 divulgado pela própria empresa aponta que a companhia possuía R$ 774 milhões na carteira de locação de criptoativos, o que demonstra que este deva ser o valor aproximado de dinheiro dos clientes que a BraisCompany tem em posse.

Segundo o promotor, que tentou realizar uma audiência de conciliação com a empresa, mas não obteve sucesso, a BraisCompany prestou "defesa evasiva".

Na última quinta-feira (2), o MPPB disponibilizou um formulário online onde consumidores com contratos com a Braiscompany registrem suas reclamações.

Em 2020, a Polícia Federal (PF) já havia aberto inquérito para averiguar regularidade e viabilidade econômica da empresa.

(*) Diário do Nordeste

Related Post

Empresa de criptoativos com escritório em Fortaleza é acusada de dar calote de R$ 774 milhões Fundadores da BraisCompany estão foragidos e advogados da empresa dizem que "não há diretores aptos a responder indagações" BLOG DO CARLOS DEHON Rating: 5 terça-feira, 7 de março de 2023

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...