ATUAÇÃO NA GRANDE MESSEJANA
O policial penal Rocky Marciano Lopes Nogueira, suspeito de desviar 222 pistolas e 79 armas longas da Secretaria da Administração Penitenciária e Ressocialização (SAP), teria negociado o armamento extraviado com integrantes de uma organização criminosa em Fortaleza.
Os detalhes foram registrados pelo Ministério Público do Ceará em um parecer que nega o pedido de habeas corpus feito pela defesa do policial. As investigações do caso levaram a conversas de Rocky com traficantes que atuam na Grande Messejana, com destaque para o bairro Paupina.
Rocky Marciano, segundo o MPCE, mantinha conversas de negociação de armas e demonstrava preocupação sobre uma possível descoberta de seus crimes. Ele teria confessado ao irmão que estava com medo de ser preso. “É, macho. Eu tenho que… eu vou pegar outra licença aí. Sei não. Acho que o seu irmão veí daqui uns dias ele vai… a negada vão prender ele, ele vai pra cadeia. As paradas que eu fiz lá no meu serviço lá, entendeu? Eu só peço uma coisa pra ti, que você cuida da minha família, viu meu fí?”.
Segundo o MP, o policial até ameaçou de morte a então namorada e alegou que “não seria a primeira a morrer por ordens suas”.
“As ameaças são extremamente graves, sobretudo por se tratar de um agente policial altamente qualificado no manejo dos mais variados tipos de armas e, como ele mesmo assevera nas conversas, influente junto a outros policiais capazes de cumprir determinações suas para a prática de crimes”, detalha o texto.
As investigações ainda constataram que o acusado negociava as armas tanto por dinheiro quanto por drogas, trocando, por exemplo, um carregador de pistola PT 840 por 10 gramas de cocaína.
Explicando a manutenção da prisão preventiva, o MP afirma que a criminalidade tem aumentado, principalmente na Região Metropolitana de Fortaleza. “O que se tem observado é que as cidades brasileiras sofrem um terror generalizado, mostrando claramente a necessidade de uma efetiva manifestação por parte do Ministério Público, do Poder Judiciário e das Autoridades Policiais no sentido de coibir a prática dos delitos”, justifica o órgão.
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